sexta-feira, 26 de março de 2010

Mulheres são mais vulneráveis em processos migratórios, diz Pnud

Brasília – As mulheres são quase a metade dos migrantes no mundo, tanto dentro de seus próprios países, como para outras nações. As trabalhadoras qualificadas de países em desenvolvimento chegam a migrar 40% mais que os homens para os países desenvolvidos. Mas são as mulheres com baixa qualificação profissional que mais preocupam o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud), que lançou nesta segunda-feira o Relatório sobre Desenvolvimento Humano 2009. O relatório alerta que essa mulheres “poderão ficar reféns de situações menos favoráveis, a saber, trabalhos com vencimentos baixos, acesso a poucos benefícios sociais e a oportunidades de carreira limitadas, todas as quais intensificam as suas desvantagens sociais”. O estudo também demonstra a preocupação do Pnud com as políticas de imigração de alguns países que são abertamente desiguais, deportando e prendendo mulheres. “Mais de 20 países não permitem que as mulheres se candidatem sozinhas a passaportes, enquanto outros, incluindo Mianmar, Arábia Saudita e Suazilândia, restringem a saída de mulheres. Quando as mulheres conseguem efetivamente migrar, alguns países de destino excluem as mulheres migrantes dos seus normais sistemas de proteção a trabalhadores”, afirma o relatório. O estudo alerta ainda para a vulnerabilidade dessas trabalhadoras ao tráfico de mulheres, que utiliza dívidas para promover regime de escravidão. Entre as sugestões para corrigir esses problemas, o relatório cita as políticas para proteção das migrantes que retornam aos seus países de origem, mudanças nas políticas de imigração dos principais destinos e a canalização da migração para o desenvolvimento interno dos países exportadores de mão de obra. No Brasil, o relatório demonstra que existe uma contradição nas condições de vida das mulheres. Elas, em geral, recebem mais educação – 90,2% são alfabetizadas contra 89,8% dos homens, e 89,4% estão estudando, contra 85,4% dos homens – e vivem em média 75,9 anos, enquanto os homens vivem 68,6 anos em média. Apesar disso, a média salarial das mulheres é de US$ 7,190 mil por ano, e a dos homens é de US$ 12,006 mil ao ano. Portal Uai, 05/10/09: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_7/2009/10/05/
em_noticia_interna,id_sessao=7&id_noticia=130606/em_noticia_interna.shtml

Seminário sobre tráfico de pessoas reunirá autoridades de vários países

O Seminário Regional sobre Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual que acontece amanhã (25) em São Paulo (SP), reunirá autoridades de seis países e contará também com a presença da Rainha da Suécia, Sílvia Renate Sommerlath, que fará a abertura do evento. Participam do evento autoridades governamentais, procuradores, promotores, policiais, pesquisadores de países como Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, além de representantes de organizações da sociedade civil e das Nações Unidas. Da Suécia, também estará presente o Ministro de Desenvolvimento Social, Göran Hägglund. A ideia é compartilhar experiências bem sucedidas de enfrentamento ao tráfico de pessoas, fortalecendo o combate contra este tipo de crime entre os países participantes. A Suécia contribui com o debate devido à sua experiência política e prática na área. Adriana Maia, Especialista em Cooperação Técnica da área de Tráfico de Seres Humanos, do Escritório das Nações Unidas sobre drogas e crime (UNODC), disse que o objetivo do seminário é promover a troca de experiências entre os países participantes, permitindo uma maior articulação para combater este crime. "Esse evento serve como uma semente para articular ações e fortalecer o trabalho contra o tráfico", declarou. O intuito é fazer com que, através da troca de experiências, cada país possa conhecer a realidade desta atividade em outros territórios, já que o tráfico é um crime que ultrapassa todas as fronteiras e vitima milhares de pessoas no mundo. "É importante ter noção de como o tráfico acontece em outros países, já que esse crime tem como característica a saída de pessoas de um país para outro", explicou Adriana. No Seminário serão abordados os temas "Panorama do Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual", "Estratégias Políticas de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas" e "Perspectivas práticas no enfrentamento ao tráfico de pessoas". Todos esses assuntos serão ministrados por especialistas dos países participantes do evento. Além da Rainha Silvia, estarão presentes também a Primeira Dama do Brasil, Marisa Letícia da Silva, o Ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o Ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, a Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire e o representante regional do UNODC, Bo Mathiasen. Desde o último dia 23 o Casal Real está no país. A visita do Rei Carl XVI Gustaf e da Rainha Sílvia ao Brasil atende a um convite do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tráfico Humano O tráfico de seres humanos é um dos crimes mais graves da atualidade, considerado como a escravidão moderna. Afeta todos os continentes e atinge, pelo menos, 2,5 milhões de pessoas no mundo, segundo o UNODC. Estimativas apontam que este crime movimenta 32 bilhões de dólares por ano. A exploração sexual de mulheres é a atividade que mais aparece no contexto do tráfico, sendo, em média, 79 % dos casos. Também são atividades do tráfico de pessoas o trabalho escravo e o tráfico para retirada de órgãos.
24.03.10 – MUNDO http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=46322

Brasil indeferiu cerca de mil pedidos para estrangeiros trabalharem no País

O governo brasileiro indeferiu 1.154 pedidos de autorização para estrangeiros trabalharem no Brasil, solicitados em 2009. O resultado está dentro da média dos últimos três anos, quando as autorizações concedidas bateram a casa dos 40 mil. Os principais motivos foram não cumprimento das exigências legais no prazo determinado e falta de documentação necessária. O Ministério do Trabalho avalia como positiva a entrada de estrangeiros e garante que o papel do órgão é assegurar que brasileiros não percam oportunidades de trabalho com a imigração. As regras são definidas pelo Conselho Nacional de Imigração, formado por nove ministérios, centrais sindicais e confederações de empregadores; além de representantes da sociedade civil.
pedidos-para-estrangeiros-trabalharem-no-pais/

Anistia não esgota problemas enfrentados por imigrantes

Com tantas anistias desde a década de 1980, por que os imigrantes ilegais ainda são uma realidade? Razões profundas e complexas ajudam a explicar a dificuldade para garantir os direitos daqueles que escolhem viver no Brasil "Defendemos que a questão da migração irregular tem aspectos humanitários e não pode ser confundida com criminalidade". Pontuada por declarações como essa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, em julho do ano passado, a Lei 1.664/2009, mais conhecida como Lei da Anistia Migratória, que autorizou a regularização dos estrangeiros que estavam em situação ilegal e tinham entrado no Brasil até 1º de fevereiro de 2009. O prazo para a obtenção do visto provisório de dois anos junto à Polícia Federal se estendeu praticamente por todo o segundo semestre de 2009. Informações divulgadas pelo Ministério da Justiça em janeiro deste ano indicam que mais de 40 mil estrangeiros foram beneficiados. Segundo projeções iniciais do órgão, em meados de 2009, cerca de 50 mil pessoas poderiam ser beneficiadas - outras fontes, no entanto, estimavam à época em até 200 mil o número de estrangeiros em condição irregular no país. São imigrantes de diversas regiões, como África, Ásia, Europa e, principalmente, América Latina. Muitos buscam melhores condições de vida e trabalho, mas também há casos como o daqueles que fogem de conflitos em outros países e os que abandonam nações ricas para viver no Brasil. A anistia do ano passado não foi a primeira realizada pelo Brasil - em 1981, 1988 e 1998 também foram implementadas políticas do gênero. O Acordo Bilateral Brasil-Bolívia, firmado em 2005, também facilitou a regularização de imigrantes do país vizinho. A mais recente ação nesse campo é o Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do Mercosul, Bolívia e Chile, promulgado em outubro de 2009, que torna possível a concessão de visto de dois anos a qualquer um dos nacionais que, estando em seu país de origem, deseje estabelecer-se no território de outra parte. Com tantas iniciativas sazonais para tirar estrangeiros da clandestinidade, por que os imigrantes indocumentados ainda são uma realidade no Brasil? Falta de divulgação de anistias e acordos, burocracia para acessar tais benefícios e novas levas migratórias ajudam a explicar o fenômeno. Há, no entanto, outras razões mais profundas. É preciso levar em conta que esses regulamentos oferecem uma legalização com os dias contados. São vistos temporários. A obtenção do documento permanente depende da comprovação de profissão ou emprego lícito. Algo distante de uma grande massa de imigrantes em condição precária que ganham a vida em atividades associadas ao mercado informal, como o comércio ambulante e as pequenas confecções. "Clandestino e informal são duas categorias que andam juntas", explica o padre Mário Geremia, do Centro Pastoral do Migrante (CPM) em São Paulo (SP). A informalidade empurra estrangeiros de volta à situação de indocumentados, que, por sua vez, veta o acesso ao mercado formal. "A verdade é que acordos e anistias são paliativos", analisa o padre. A informalidade e a clandestinidade mantêm na sombra violações de direitos humanos, pois muitos temem ser deportados caso denunciem trabalho degradante e escravo ou mesmo o tráfico de pessoas. Essa conjuntura reforça a urgência de ações amplas para integrar os imigrantes para além da regularização em termos legais. Trata-se de uma tarefa complexa, que esbarra simultaneamente em dificuldades impostas pela legislação em vigor e na negligência com relação a direitos também garantidos por lei. Na prática, multiplicam-se situações que demonstram que, apesar dos discursos elogiosos à política imigratória, há muito a ser feito para garantir um tratamento verdadeiramente digno aos que migram para o Brasil. Oficinas dos "patrícios" O setor de confecção é o ganha-pão de grande parte dos imigrantes que entram ilegalmente no país. Notadamente na capital paulista operam diversas das pequenas oficinas que empregam bolivianos, paraguaios, peruanos e asiáticos, entre outros. São locais frequentemente improvisados, onde residência, refeitório e ambiente de costura confundem-se num só recinto, em geral comandado por um "patrício" já há mais tempo em terras brasileiras. Essas oficinas, em geral, são fornecedoras terceirizadas - quando não quarteirizadas ou quinterizadas - de confecções donas de marcas próprias. Além de informais, apresentam problemas de segurança, higiene e trabalho excessivo, num arranjo em que os costureiros recebem por peça produzida. Em casos mais graves, há inclusive restrição à liberdade dos trabalhadores. Um exemplo típico é a coação para que fiquem presos ao serviço até pagar supostas dívidas da viagem ao Brasil, financiada pelo "oficinista" - como é chamado o dono desses pequenos empreendimentos. "Não é mais possível continuarmos com esse sistema de pagamento por produção e trabalho das 7 horas da manhã às 10 horas da noite", afirma Renato Bignami, auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do estado de São Paulo (SRTE/SP). Em julho de 2009, o órgão lançou, juntamente com outras entidades, o Pacto Municipal Tripartite contra a Fraude e a Precarização, e pelo Trabalho e Emprego Decentes em São Paulo. Por meio de negociações com outros elos da cadeia produtiva, a articulação quer criar um ambiente propício para que as pequenas oficinas saiam da informalidade - proporcionando aos trabalhadores, dessa forma, o emprego lícito que abre as portas para o visto permanente. A Associação Brasileira de Coreanos, uma das entidades signatárias do pacto - os coreanos são donos de muitas das confecções que repassam serviços -, se comprometeu a orientar para que as encomendas sejam expedidas apenas para oficinas que operam legalmente. A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) buscará certificar empresas com o Selo Fecomercio de Qualidade - que visa promover a sustentabilidade e a inclusão social em cadeias de distribuição. Outras ações da articulação preveem a capacitação de "oficineiros" para que regularizem seus negócios. Devido aos custos tributários e trabalhistas, um dos principais obstáculos à formalização é a pequena margem de lucro desses empreendimentos. Por conta disso, Renato defende a união da categoria para negociar melhores preços com seus clientes - objetivo que esbarra na pulverização desse mercado e na falta de comunicação entre oficinistas de diferentes nacionalidades. "Se não houver uma organização que surja da base, o Estado não vai conseguir dar dignidade a esses trabalhadores", diz. Os obstáculos para que isso ocorra, porém, não são apenas culturais e práticos. O próprio Estatuto do Estrangeiro - principal marco regulatório sobre a situação legal dessas pessoas - proíbe a participação de não nacionais em sindicatos ou associações profissionais. Além disso, essa lei também veta ao imigrante titular de visto temporário "estabelecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou função de administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil". Isso afeta, por exemplo, pessoas como o boliviano Carlos Aguilera (nome fictício), há sete anos no país. Beneficiado pelo Acordo Bilateral Brasil-Bolívia, ele diz que, ao tentar formalizar sua confecção - onde trabalham outros quatro estrangeiros - obteve uma negativa da Junta Comercial devido à proibição. Com isso, queixa-se inclusive de ter perdido clientes não mais interessados em manter relações informais. "Eu gostaria, um dia, de ter um trabalho próprio, vender as minhas roupas no comércio. Mas desse jeito não há como", afirma. Segundo entidades ligadas aos imigrantes, o problema atinge diversos oficinistas - entre eles pessoas beneficiadas pela recente anistia. Publicada no Diário Oficial da União (DOU)** em 5 de fevereiro de 2010, a Instrução Normativa (IN) 111 do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) determina que as juntas comerciais devem aceitar solicitações de abertura de empresas de nacionais do Mercosul, Chile ou Bolívia, ainda que os mesmos tenham apenas a residência provisória. Estatuto em descompasso Em julho de 2009, o Planalto enviou à Câmara dos Deputados uma proposta para substituir o atual Estatuto do Estrangeiro, aprovado em 1980, ainda durante a ditadura militar. Ela remove o veto à abertura de empresas pelo imigrante temporário e assegura direitos de associação e sindicalização mais amplos. "Quando da promulgação dessa lei, o foco era precipuamente a segurança nacional", destacou o ministro da Justiça, Tarso Genro, em mensagem encaminhada ao Congresso. "Essa realidade, nos dias atuais, encontra-se em descompasso com o fenômeno da globalização." Há também queixas quanto aos trâmites para estrangeiros que chegam para trabalhar no Brasil já com contrato firmado no país de origem. "Cada visto demora no mínimo três meses, e é preciso pagar de US$ 1,5 mil a US$ 3 mil a um despachante, devido à complexidade da papelada exigida", informa o deputado federal William Woo (PPS-SP). Autor do projeto de lei que deu origem à última anistia, ele também propõe, no Congresso Nacional, uma nova legislação que garanta às companhias que operam no país a concessão automática de vistos de trabalho a estrangeiros numa proporção de até 5% sobre o total de funcionários brasileiros. No caso dos sul-americanos, o Conselho Nacional de Imigração (CNIg) - órgão que coordena e orienta as atividades de imigração - publicou norma em outubro de 2008 que reduz, durante dois anos, a burocracia para emitir vistos de trabalho. Além disso, ela torna a concessão automática, para esse grupo específico, quando há vínculo com empresa estabelecida no Brasil. A autorização padrão resulta de análise do Estado e tende a ser concedida apenas quando não há mão de obra nacional equivalente. "Eu acho isso fantástico, é uma abertura em prol dos estrangeiros", avalia o advogado Grover Calderón, presidente da Associação Nacional de Estrangeiros e Imigrantes no Brasil (Aneib). Segundo ele, no entanto, falta ainda uma melhor divulgação desse benefício. Para além da esfera trabalhista, outros aspectos burocráticos da vida dos imigrantes geram descontentamento. Segundo Grover, a obtenção da segunda via do Registro Nacional de Estrangeiro (RNE) - documento equivalente ao RG dos nacionais - chega a demorar até oito meses. Lentidão semelhante enfrenta quem entra com pedido de residência permanente por ser casado com pessoa de nacionalidade brasileira ou ter filho natural do país - situações previstas em lei. "Espera-se até um ano e meio para receber o documento", reclama. Durante esse período, as pessoas ficam apenas com um protocolo, que não é aceito pela maioria das instituições públicas e privadas. "Consequentemente, ele não pode abrir uma conta corrente, tirar uma carteira de motorista e, às vezes, nem mesmo obter uma carteira de trabalho com facilidade". Dificuldades adicionais Estrangeiros também enfrentam obstáculos para ocupar postos de emprego em órgãos estatais - direito já previsto na Constituição, que atesta serem acessíveis tanto a brasileiros quanto a estrangeiros os cargos e funções públicas. Apesar disso, editais de concursos permanecem exigindo nacionalidade brasileira, situação que, de acordo com Paulo Sérgio de Almeida, presidente do CNIg, ainda ocorre por falta de uma lei que regulamente esse dispositivo constitucional. "Atualmente, apenas universidades e centros de pesquisa públicos podem contratar estrangeiros, desde que sejam professores, cientistas ou exerçam ocupação correlata", informa. No momento, a Aneib é parte em um processo judicial contra o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) que pleiteia ao médico estrangeiro o direito de votar e ser votado nas eleições para representantes do colégio profissional - algo que já acontece, por exemplo, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). As normas do CFM vetam tal participação, com base em trechos do Estatuto do Estrangeiro que proíbem aos imigrantes envolver-se em atividades de natureza política. Segundo o Cremesp, somente em São Paulo há cerca de 1,7 mil médicos naturais de outros países registrados na entidade. O acesso ao ensino é outro ponto polêmico. Invocando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Secretaria Estadual de Educação paulista aprovou, em 1995, uma resolução que orienta as escolas a aceitar a matrícula de filhos de imigrantes - postura seguida pela rede municipal. Apesar dos avanços, ainda há relatos de dificuldades na hora da matrícula - fato corroborado, em 2006, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) municipal instalada para apurar violações de direitos humanos de imigrantes. Os problemas tendem a ser ainda piores em outras regiões do país. "Por aqui, muitas vezes a matrícula só ocorre quando há intermediação nossa com as autoridades", afirma Rosa Maria Zanchin, coordenadora da Rede Solidária para Migrantes e Refugiados em Manaus (AM). Com o objetivo de reivindicar direitos e força política aos estrangeiros, o acesso ao voto é uma das bandeiras de lideranças dos imigrantes. De autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), tramita atualmente no Congresso uma proposta de emenda constitucional que faculta a participação daqueles domiciliados no Brasil em eleições municipais, tanto na qualidade de eleitores como de candidatos a vereador. Dispositivos similares já vigoram em países como Suécia, Irlanda e Holanda. Em 2001, uma proposta semelhante de Alvaro Dias chegou a ser votada em primeiro turno no Senado. Teve 42 votos favoráveis e quatro contrários, mas foi rejeitada porque 28 parlamentares estavam ausentes na seção que a apreciou - seriam necessários três quintos dos votos em relação ao total de senadores para a aprovação. "Com quórum maior, provavelmente a iniciativa teria sido acolhida", justifica o senador. Polêmica, a medida não é unanimidade nem mesmo entre políticos ligados aos imigrantes. "Quem quer escolher os governantes tem de adotar a pátria", afirma William Woo, defendendo o voto apenas para os naturalizados brasileiros. "Pouco se discutem os direitos dos estrangeiros. Falta interesse", argumenta Grover, da Aneib, que defende o direito ao voto. No entanto, ao mesmo tempo em que há imigrantes lutando pela integração, muitos estão no Brasil com mentalidade distinta: juntar dinheiro para voltar, o quanto antes, à sua terra de origem. Segundo Sidnei Dornelas, pesquisador do Centro de Estudos Migratórios (CEM), isso ajuda a explicar a sazonalidade nas migrações, por exemplo, dos trabalhadores de confecções - setor que, usualmente, opera a todo vapor nas proximidades das festas de final de ano. "Há outras épocas do ano em que muitas pessoas vão embora", ilustra. Entre os que vêm pensando em voltar, há os que permanecem ilegais para poupar gastos com documentos e evitar encargos trabalhistas. "Eles não enxergam a questão mais ampla. A informalidade impede a ascensão social e mantém guetos", frisa o padre Mário. Com isso, nutrem cadeias clandestinas fundadas na concorrência desleal que corroboram para manter condições de trabalho precárias para estrangeiros e brasileiros. *Matéria produzida em parceria com a revista Problemas Brasileiros **Informações adicionadas na tarde desta quarta-feira (10) Reporter Brasil, 09/03/10: http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1712 [publicado também na Carta Capital -
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=6226

Bolivianos lotam ônibus para tentar emprego no Brasil

Um “coiote”, como são conhecidos os encarregados pela entrada irregular de pessoas em países estrangeiros, foi preso neste fim de semana pela Polícia Rodoviária Federal. O paulista Pedro Pablo Cangui, 23 anos, transportava cinco bolivianos na caminhonete S-10 placa BMV-1053, de São Paulo (SP). No mesmo dia, dezenas de pessoas vindas da Bolívia foram abordadas na mesma barreira da PRF, todos em busca de emprego em fábricas de São Paulo. Os veículos foram interceptados durante fiscalização de rotina feita pela PRF na sexta-feira passada, em Terenos, cidade distante 31 quilômetros de Campo Grande. Aos policiais, Cangui nada revelou sobre o esquema, no entanto, segundo a PRF, com a ajuda de intérpretes, os bolivianos revelaram que pagariam R$ 1 mil para entrar em São Paulo. No caso do grupo que viajava na S-10, todos foram deportados, mas a falta de regras mais severas possibilita que centenas entrem com apenas R$ 10,00 no bolso para tentar a sorte no Brasil. Ônibus cheios vindos da Bolívia entram diariamente no País, pela fronteira entre Mato Grosso do Sul e o país vizinho. Na bagagem, os estrangeiros trazem poucas roupas, quase nenhum dinheiro e muita esperança. Há dez anos, Leydy Choquetiella, 27 anos, deixou a Bolívia e foi trabalhar na capital paulista, onde existem várias confecções. Ela e o marido conseguem juntos angariar R$ 1,2 mil, dinheiro que é usado no sustento de toda a família. Leydy garante que nunca passou por situações difíceis, no entanto, revela que acompanha pela televisão notícias de confecções onde a mão-de-obra boliviana é explorada. “É triste”, lamenta. Ela conta que em São Paulo existem muitos compatriotas e sempre os orienta a denunciar casos de escravidão. Embora Leydy garanta as condições sejam boas na fábrica de roupas onde está, em todos estes anos, jamais teve a carteira de trabalho assinada. Roland Velasco Jailita, 33 anos, é motorista de uma empresa de transporte boliviana, que faz o itinerário Bolívia – São Paulo há um ano e meio. Ele afirma que toda semana segue neste percurso, sempre com veículos cheios de bolivianos. “Em janeiro e fevereiro aumenta. Na maioria, são rapazes novos que pensam em trabalhar. Pensam que lá (São Paulo) é melhor. No fim do ano estão de volta. Minoria dá certo”, diz Roland. Frustrados - Em conversas com bolivianos que voltaram sem conseguir bons empregos, o motorista ouve histórias desanimadoras. “Eles voltam por causa de maus-tratos, porque são escravizados lá”, relata. Roland revela que a maioria dos bolivianos que está no ônibus vai em busca de trabalho, porém, diz que o motivo da viagem é a visita a familiares. “A história é sempre a mesma. Dizem que vão visitar parentes, que trabalham em confecção, mas sempre estão sem um centavo no bolso”, afirma o inspetor da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Wolney de Almeida Lima. O policial explica que a situação de todos os bolivianos é regular, pois eles conseguem autorização de entrada junto à PF (Polícia Federal). “O governo poderia fazer uma triagem mais rigorosa na entrada. Devido à crise no país vizinho, elas entram para trabalhar em confecções clandestinas e o resultado é o que o noticiário mostra, muitas pessoas aglomeradas em um quatro onde ficam em condições insalubres”, pontua. O inspetor Luiz Alexandre Gomes da Silva esclarece que existe o princípio da reciprocidade entre os dois países, pois brasileiros também podem entrar na Bolívia desta maneira. No entanto, ele ressalta o rigor imposto por países europeus, como Portugal, onde brasileiros precisam atender a determinados requisitos, como possuir cartão internacional e levar euros para viagens de turismo. Ele acredita que, no caso da fronteira entre Brasil e Bolívia, a exigência de passaporte poderia diminuir esta entrada de estrangeiros à procura de emprego. No posto da PRF em Terenos, das 18 horas às 22 horas de sábado (06/02), pelo menos três ônibus lotados traziam como passageiros muitos bolivianos, a maioria jovens. Mais histórias - Alex Quirino Lucero, 22 anos, deixou a Bolívia com a esposa Deisy Gabriela Tenorio Redondo, 21 anos, e o filho de 8 meses. O destino também é a capital paulista. Com R$ 50,00 na carteira e uma autorização de permanência com prazo de 30 dias, ele afirma que visitará familiares. “Passeio”, justifica. Já Carlos Quispe Laura, 28 anos, admite que vai a São Paulo para trabalhar em confecção. Ele está há quatro anos no Brasil e tem carteira de estrangeiro. Carlos garante que recebe por mês cerca de 250 dólares. Uma peça de roupa custa de R$ 5,00 a R$ 6,00. Os salários são pagos conforme a produtividade de cada funcionário, portanto, para chegar a este valor, precisa trabalhar das 7 horas às 18 horas. Os bolivianos que estão na confecção onde Carlos trabalha dormem na fábrica. Ele conta que divide quarto com outros quatro compatriotas e que, quando vai um casal, ficam apenas marido e mulher em um cômodo. Mesmo com todas as dificuldades, Carlos assegura que a vida é melhor do que quando estava em La Paz, onde desenvolvia serviços mais duros e ganhava 100 dólares por mês. Jornal (Cassilândia, MS), 12/02/10: http://www.cassilandiajornal.com.br/index.php?p=noticias

terça-feira, 23 de março de 2010

Passeata por reforma migratória reúne 100 mil em Washington

WASHINGTON (AFP) 22.03.2010 - Milhares de pessoas protestaram neste domingo em frente à Casa Branca e ao Congresso em Washington para exigir uma reforma migratória nos Estados Unidos, como prometeu o presidente Barack Obama. A manifestação, convocada por um leque de organizações hispânicas, religiosas e sindicais, reuniu mais de 100 mil pessoas, segundo seus organizadores, que seguiram da Casa Branca ao Congresso, onde os legisladores debatiam hoje outro projeto polêmico, a reforma da saúde. "A hora é esta, justiça", "Obama, não deixe a reforma para amanhã" - gritava a multidão. "Já esperamos muito tempo, fomos pacientes, mas já é hora de tirar os imigrantes das sombras", disse aos manifestantes o legislador democrata Luis Gutiérrez, que apresentou no ano passado o projeto de reforma migratória à Câmara de Representantes. O senador democrata Robert Menendez lembrou que há uma semana o grupo de legisladores hispânicos se reuniu com o presidente Barack Obama para dizer que após a reforma da saúde, a questão migratória deve ser a prioridade. Menendez prevê uma "batalha feroz" no Congresso sobre a reforma migratória, após o fracasso de iniciativas similares em 2006 e 2007. Manifestante protesta pela reforma da saúde em frente ao Capitólio, em Washington Durante o protesto, foi exibida uma mensagem de Obama na qual o presidente afirma que "sempre jurou ser sócio nos esforços para consertar um sistema migratório quebrado". "Hoje há uma crescente coalizão de autoridades, líderes comunitários e religiosos, e membros de setores trabalhistas e empresariais que entendem que a reforma migratória é vital para nossa segurança e nossa prosperidade". O presidente advertiu que a reforma não "ocorrerá da noite para o dia", mas prometeu trabalhar por ela. Após a mensagem, a multidão explodiu em aplausos, deixando claro que muito acreditam no envolvimento do presidente. O líder do Sindicato Internacional de Empregados de Serviços (SEIU), Eliseo Medina, advertiu que os políticos terão uma resposta dos imigrantes nas urnas nas próximas eleições legislativas, em novembro: "Se têm medo e não se movem, vão pagar o preço". A importância do voto dos hispânicos, a principal minoria nos Estados Unidos, ficou bem clara nas eleições de 2008, quando um recorde de 10 milhões de latinos foi às urnas e 67% apoiaram Barack Obama.
100-mil-em-was.shtml

Deslocamentos urbanos: um fenômeno global

Enquanto cerca de 730 milhões de pessoas viviam em zonas urbanas em 1950, agora são mais de 3,3 bilhões O MUNDO passa por um processo de rápida urbanização. Em 1950, menos de 30% da população global vivia em cidades. Esse percentual subiu para mais de 50% e deverá chegar a 60% por volta de 2030. Em termos numéricos, as estatísticas são igualmente impressionantes. Enquanto cerca de 730 milhões de pessoas viviam em zonas urbanas em 1950, agora são mais de 3,3 bilhões. Como podemos explicar essas cifras dramáticas? De certa forma, o processo de urbanização tem sido alimentado por migrantes que lutam para sobreviver longe de suas comunidades de origem e que são atraídos por melhores oportunidades, bens e serviços disponíveis em áreas urbanas. O crescimento populacional também desempenha um papel importante na contínua expansão das cidades no mundo em desenvolvimento. Mas essa é apenas parte da história. Em muitos países, o processo de urbanização tem sido reforçado por fluxos de refugiados e pessoas deslocadas obrigadas a abandonar suas casas pelas ameaças de conflitos armados, violência política, ausência da lei e desastres naturais em seus países e comunidades de origem. Ao mesmo tempo em que é difícil coletar estatísticas precisas relacionadas a esse fenômeno, está claro que os números são enormes. Segundo as estimativas mais recentes, a cidade de Cabul, capital do Afeganistão, cresceu sete vezes desde 2001, principalmente por causa da chegada de ex-refugiados vindos do Irã e do Paquistão e de deslocados que escapam da violência nas zonas rurais do país. No Sudão, acredita-se que Cartum acomode pelo menos 1,75 milhão de deslocados e refugiados, cerca de 30% da população. Bogotá (Colômbia) e Abidjan (Costa do Marfim) absorveram meio milhão de vítimas de conflitos armados. No Oriente Médio, Damasco (Síria) e Amã (Jordânia) são um santuário para centenas de milhares de iraquianos que foram forçados a deixar seu país de origem. O Brasil abriga cerca de 4.200 refugiados de 75 nacionalidades diferentes, e todos vivem em diferentes cidades do país. O fluxo de solicitantes de refúgio cresceu mais de 40% nos últimos seis anos. Como demonstram esses exemplos, a questão do deslocamento urbano se tornou um fenômeno global, que cada vez mais preocupa as autoridades municipais, os governos nacionais e as organizações humanitárias e de desenvolvimento. Muitas dessas pessoas que se movem para áreas urbanas para escapar de ameaças concretas às suas vidas se dão conta de que continuam vivendo em condições e circunstâncias extremamente arriscadas. Assentadas em favelas ou comunidades carentes populosas, muitas são obrigadas a trabalhar no mercado informal, em que estão sujeitas à exploração e têm que competir com moradores locais pelas poucas oportunidades de geração de renda disponíveis. Sua chegada também representa demandas adicionais para serviços públicos, como saúde e educação, e podem levar ao aumento nos preços de comida e habitação. Como resultado, cresce a possibilidade de tensão social, crime, violência e instabilidade política. O que podemos fazer para lidar com essa complicada situação? Tradicionalmente, organizações humanitárias como o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) têm respondido a deslocamentos populacionais de grande escala de uma maneira convencional: distribuindo comida/água e estabelecendo campos, escolas e centros de saúde específicos para os deslocados. Essa estratégia pode ser viável para zonas rurais. Mas não faz sentido em áreas urbanas, onde os que chegam vivem ao lado dos residentes, dividindo vizinha, acomodações, infraestrutura e serviços. Sendo assim, é necessário formular uma nova abordagem para o crescente desafio do deslocamento urbano, com base em três princípios relacionados. É preciso ser inclusivo, combinando esforços de sociedade civil, autoridades nacionais, estaduais e municipais, organizações locais e internacionais, setor privado e, obviamente, os próprios moradores das cidades. Também é necessário que essa abordagem seja desenvolvimentista e autossustentável, que leve em consideração necessidades de curto e longo prazo e apoiando um processo amplo de planejamento urbano e redução da pobreza. Finalmente, uma nova abordagem para o deslocamento urbano deve fortalecer as comunidades pobres e em desvantagem, protegendo seus direitos e permitindo o uso produtivo dos seus recursos. ANTÓNIO GUTERRES, ex-primeiro-ministro de Portugal, é o alto comissário das Nações Unidas para Refugiados. 23 de março de 2010
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domingo, 21 de março de 2010

Países mais populosos do mundo:

Países mais populosos do mundo: CHINA- 1.345.750.973 habitantes Pop. urbana: 44,04% Pop. Rural: 55,96% ÍNDIA - 1.198.003.272 habitantes Pop.urbana: 29,76% Pop. Rural: 70,24% EEUU - 314.658.780 habitantes Pop. Urbana: 82,01% Pop. Rural : 17,99% INDONÉSIA- 229.964.723 habitantes Pop. Urbana: 52,63% Pop. Rural: 47,37% BRASIL - 193.733.795 habitantes Pop. Urbana: 86,12% Pop. Rural: 13,88% Obs.: dos 5 países do mundo com maior população, o Brasil tem a maior taxa de Pop. Urbana e a menor taxa de Pop. Rural. ttp://radiomigrantes.blogspot.com/2010/01/remessas-do-trabalho-de-estrangeiros.html Fonte: www.folhaonline.com.br

O que é migração?

O sentido de migração está em trocar de região, país, estado ou até mesmo domicílio. É algo que já acontece há muito tempo atrás, desde o começo da história da humanidade. Migrar faz parte do direito de ir e vir, que consta na constituição. Porém essa questão da migração envolve muita polêmica, que gira em torno das condições em que ocorrem esses processos migratórios: se de um modo livre, que assim está se exercendo este direito ou se de modo obrigatório, que tende a realizar interesses políticos e econômicos desumanos, visando sempre o capital, sendo algumas vezes nacional e outras estrangeiro, marcando cada vez mais esse enorme abismo que existe entre o mundo da riqueza e o mundo da pobreza. Devido a todo esse complicado processo, podemos dizer que temos a existência de duas partes em nosso país, que insistem em conviver neste contraste de seus números. Hoje em dia, o Brasil é o terceiro exportador mundial de produtos agrícolas, porém temos a presença de 33,7 milhões de brasileiros que estão na miséria e passam fome. Em média, oitocentas crianças morrem diariamente por desnutrição. Fonte: VALIM, Ana. Migrações:
Da perda da terra à exclusão social. SP: Atual, 1996.

Direito de Imigração Americano

ADVOGADOS ESPECIALIZADOS EM DIREITO DE IMIGRAÇÃO OFERECEM SEUS SERVIÇOS PARA CLIENTES DO MUNDO TODO, ATRAVÉS DE SEUS ESCRITÓRIOS EM RIBEIRÃO PRETO, SÃO PAULO, E NA CALIFÓRNIA, EUA. Capp e Associates atendem clientes no Brasil o nos Estados Unidos de seus escritórios em RP, São Paulo/Brasil e na California EUA : No Brasil ligue para: (16) 3911-2988 (São Paulo); Nos E.U.A. ligue para: (800) 568 7601 (800) 568 7601, (760) 231-9851 (760) 231-9851 PARA UMA CONSULTA INICIAL GRÁTIS email: info@lexeua.com Advogada brasileira trabalhando em parceria com o Dr. Capp, a Dra. Erika Baracchini é fluente em português e inglês e oferece representação legal para clientes de todas as nacionalidades, através de seu escritório em Ribeirão Preto, São Paulo. (16) 3911-2988 (16) 3911-2988 Erika Baracchini graduou-se em Direito pela Universidade Paulista-UNIP em 2002, sendo então admitida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP nº212.246). Dr. Jonathan Capp é advogado de imigração licenciado nos Estados Unidos e na Inglaterra. Graduado em Direito pela faculdade de Sorbonne em Paris – França. Por ser um imigrante inglês que obteve seu greencard e cidadania Americanos, o Dr. Capp é o advogado ideal para compreender suas necessidades quanto à imigração. O Dr. Capp advoga na área há mais de 15 anos e foi palestrante em vários congressos na Inglaterra sobre Direito de Imigração. A Legislação Imigratória para os Estados Unidos sempre foi extensa e complicada, mas se tornou excessivamente complexa devido às suas alterações frequentes e a situação atual em que se encontram os Estados Unidos. Para que o cliente busque informação e conhecimento desta legislação aplicada ao caso concreto é essencial que faça uma consulta pessoal. É muito importante compreender a diferença entre um visto de imigrante e não imigrante. As recentes mudanças nas leis imigratórias e previsão de penas mais severas torna mais importante que nunca estar em estado legal Estados Unidos. Dentre as penalidades encontra-se a de pribição de entrada aos EUA pelo período de 3 a 10 anos .

Os 130 anos da migração árabe

Por Rogério Em 2010, o Brasil celebra 130 anos do início da imigração árabe. Atualmente, mais de 12 milhões de árabes e descendentes vivem no país e contribuem cultural, econômica e politicamente para as sociedades locais; apenas em São Paulo, são ao menos 2,5 milhões de pessoas. Em outros países da América do Sul, a presença árabe também é expressiva. O Festival Sul-Americano da Cultura Árabe tem como objetivo refletir sobre as manifestações culturais árabes e as contribuições dos imigrantes. A intenção é fortalecer o vínculo entre a América do Sul e os Países Árabes com base no respeito à diversidade cultural e nos laços históricos e culturais, além de incentivar a cultura da paz por meio da aproximação dos povos. A programação do Festival inclui cinema, literatura, teatro, música, dança, artes plásticas, contação de histórias, cordel, repente, arqueologia, fotografia, moda, gastronomia e intervenções artísticas. No dia 25 de março, instituído como o Dia Nacional da Comunidade Árabe por lei federal, a cidade de São Paulo ganhará um novo espaço de cultura e pesquisa. Localizado na Rua Baronesa de Itú, 639, o Centro de Cultura e Pesquisa Árabe-Sul-Americano: Espaço BibliASPA possui bibliotecas com acervo bibliográfico e multimídia, centro de documentação, salas de pesquisa, editora, sala de restauro, museu e salas de exposição e cursos. No festival, o Espaço BibliASPA abrigará apresentações, palestras, debates, exposições, lançamentos de livros e mostras de cinema e teatro. A data do festival não foi escolhida por acaso. Criada em 1859, a Rua 25 de março logo congregou sírios, libaneses, palestinos, iraquianos, egípcios e jordanianos, entre outros. Povos de língua árabe que aqui aprenderam o português e, em ambas as línguas, expressaram seu afeto pela pátria de origem e pela de adoção: o Brasil.
16/03/2010 - 13:00 http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/

terça-feira, 16 de março de 2010

Morte de refugiados no Mediterrâneo gera acusações mútuas entre Itália e UE

Lampedusa é destinação frequente de refugiados africanos Drama dos 73 africanos mortos de sede e à deriva traz à tona um velho problema da UE e a nova política de imigração linha dura de Berlusconi. ACNUR e Igreja Católica condenam. O recente drama no Mar Mediterrâneo, que custou a vida de dezenas de refugiados africanos, suscita acusações tanto contra o governo italiano como contra a União Europeia. Segundo os cinco sobreviventes, as 73 vítimas fatais sucumbiram à sede, após ter estado à deriva durante três semanas. À margem de uma conferência na cidade balneária de Rimini, o ministro do Exterior da Itália, Franco Frattini, acusou a UE de, apesar de suas belas declarações, até agora não haver deixado claro "o que deve acontecer quando um grupo de refugiados alcança as fronteiras da Europa". Antes de se tornar chefe da diplomacia da Itália, Frattini era comissário da UE para questões de refugiados, sem que haja alcançado grandes progressos durante seu mandato. Anos mais tarde, a forma de lidar com estrangeiros que chegam clandestinamente à Europa pelo Mar Mediterrâneo ou pela Ilhas Canárias, no Oceano Atlântico, permanece um problema sem solução. Quotas controvertidas Há anos, Espanha, Grécia, Itália e Malta, onde os fugitivos geralmente desembarcam, reclamam que os Estados do norte europeu as deixam sozinhas com o problema. Roma adotou a política restritiva de enviar o maior número possível de pessoas de volta ao país de origem, sem sequer abrir processo de pedido de asilo, e fechou um acordo com a Líbia nesse sentido. O ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt, cujo país ocupa atualmente a presidência rotativa da UE, anunciou para outubro próximo novas negociações sobre uma forma de distribuir os refugiados futuramente entre os países-membros. No início de setembro, a Comissão Europeia pretende propor novas regras para os processos de asilo e a distribuição dos imigrantes. A adoção de um sistema de quotas para o acolhimento de refugiados permanece controvertida. Até agora, a Alemanha vem rejeitando terminantemente um sistema de quotas fixas, como desejam os países mediterrâneos. Bildt assegurou que eventuais regras não entrarão em vigor antes de 2012, e que sua adoção pelos Estados-membros será absolutamente voluntária. Extradição sem processo O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) voltou a repreender a UE, exigindo que seja fechado um campo que acolhe refugiados na Ilha de Lesbos, na Grécia, sob condições indignas de seres humanos. Imigrante clandestino em Malta A ACNUR criticou ainda a falta de ajuda a náufragos no Mediterrâneo. Segundo a agência da ONU, navios comerciais ignoram os apuros dos refugiados também por temer a punição das autoridades italianas. Dois anos atrás, Roma processou pescadores tunisianos por incentivo à imigração ilegal. Eles haviam transportado 44 africanos em uma aparente emergência marítima até a Ilha de Lampedusa. "Não se acolhem mais refugiados para averiguar quem tem ou não direito a asilo. Hoje em dia, são todos extraditados, independente de sua situação pessoal. Estamos preocupados, pois constatamos que, no ano passado, 75% dos refugiados apresentaram pedido de asilo", disse a porta-voz da ACNUR, Laura Boldrini. Fruto do egoísmo Sobre o caso dos 73 refugiados mortos, o jornal Corriere della Sera noticiou que, segundo os sobreviventes, seu barco, impossibilitado de manobrar, fora avistado por cerca de dez outras embarcações, inclusive da marinha maltesa, porém apenas marinheiros de duas delas atiraram mantimentos e água aos refugiados. Muitos deram apenas água e combustível para que pudessem prosseguir a viagem. Apesar de sua situação traumática, os cinco sobreviventes, naturais da Eritreia, respondem a inquérito perante as autoridades italianas. Esse procedimento está previsto nas leis contra imigração clandestina recém-aprovadas pela coalizão de governo de Silvio Berlusconi. No jornal dos bispos católicos Avvenire, o arcebispo Antonio Maria Vegliò, presidente do Conselho Papal de Migração, observa: "Nossas assim chamadas sociedades civilizadas desenvolveram, de fato, uma rejeição contra estrangeiros. Ela resulta não só da ignorância, mas também do egoísmo e da recusa em compartilhar". http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4598584,00.html

IV MARCHA DOS IMIGRANTES

O Dia Internacional do Imigrante foi estabelecido pela ONU em 18 de dezembro de 1990, por ocasião da aprovação da Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias. O tema migrações tornou-se mais presente na agenda mundial, tanto das forças sociais como dos governos e organismos internacionais ligados às Nações Unidas. Em vista da integração regional, foi criada a União das Nações Sul Americanas (UNASUL), onde se reconhece a diversidade cultural de nossos povos, bem como a necessidade de se construir uma cidadania sul-americana. No Brasil, diante das atuais políticas migratórias implementadas pelos governos latino-americanos, a IV Marcha dos Imigrantes destaca o protagonismo dos imigrantes na luta pelos direitos. Crise Global Na contramão de importantes conquistas, o planeta vive atualmente uma enorme crise do paradigma capitalista que foi provocada pelas economias capitalistas. A crise atingiu diretamente a vida dos/das imigrantes e suas famílias O sistema capitalista impõe a enormes segmentos da população humana uma vida miserável e ainda responsabiliza os imigrantes pelo crescimento do desemprego no mundo, aumentando, ainda mais, a xenofobia e a restrição dos direitos trabalhistas. Se nos séculos passados, a migração representou um fator positivo que expandiu o comércio e a economia, permitiu a criação de nações, fortaleceu a urbanização, estimulou intercâmbios sociais e culturais, atualmente, ela enfrenta um sistema que favorece a livre circulação do capital, mas que restringe a livre circulação de pessoas e impede uma verdadeira globalização da migração. Defendemos que para superar a crise é urgente e necessário acabar com a dependência do mundo em relação aos países ricos e construir outro modelo de desenvolvimento com justiça social e com mais direitos para todos e todas. Sem isto, não haverá muros, leis ou polícias que reduzam os fluxos migratórios. Segundo a ONU, em 1965 havia 75 milhões de imigrantes no mundo; em 1975, 84 milhões; em 1985, 105 milhões; em 2000, 150 milhões e atualmente já chegam a 200 milhões. No Brasil atualmente vivem mais de 1,5 milhões de imigrantes e os brasileiros/as no exterior superam os quatro milhões. Embora com algumas conquistas dos últimos anos, a situação em que vivem os imigrantes e descendentes, no país, ainda está muito longe de lhe garantir dignidade e cidadania, apesar da Constituição Federal assegurar os princípios e garantias de direitos básicos a todas as pessoas, os imigrantes enfrentam situações de precariedade trabalhista, dificuldades no acesso à saúde, moradia, educação, justiça, microcrédito, lazer, intercambio cultural, regularização migratória, entre outros. Um grave problema é a xenofobia. Segundo relatório do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), cerca de 43% dos brasileiros são a favor de limitar ou proibir a imigração. Porém o próprio documento destaca que os migrantes não roubam o emprego dos nacionais, não sobrecarregam os serviços públicos e contribuem com impostos. Condenamos Condenamos todas as formas de racismo, violência e a falta de respeito as diversidades culturais. Ninguém pode ser considerado ilegal por viver em outro país. Afirmamos que as diferenças enriquecem os distintos povos abrindo novos caminhos e oportunidades para o futuro da humanidade. Condenamos a criminalização dos imigrantes e exigimos que sejam punidas as organizações criminosas que traficam pessoas para explorar sua mão de obra na cadeia produtiva. Condenamos a militarização das fronteiras, a instalação de bases militares e a criminalização dos movimentos sociais. Condenamos as abomináveis formas de trabalho degradante ou em situação análoga ao trabalho escravo ainda praticadas em nosso século. Defendemos e Exigimos Defendemos o acesso ao trabalho decente e a regularização das micro-empresas a fim de que direitos sociais básicos e já instituídos sejam garantidos; Exigimos mudanças estruturais no injusto sistema de produção e que sejam respeitadas as leis trabalhistas dos trabalhadores e trabalhadoras; Defendemos a integração dos povos: com direito ao voto, acesso aos direitos sociais e à livre circulação. Que se criem leis e políticas migratórias humanas e solidárias em vista de uma integração dos povos na perspectiva da cidadania universal. Um espaço de integração popular. Um processo de construção de unidade entre os interesses dos povos que habitam o continente americano, em tudo o que isso significa de integração social, cultural, de livre circulação de pessoas, idéias, etc. Exigimos que se cumpram os acordos políticos, como o de residência. E que se concretize efetivamente a anistia. Expressamos nosso total apoio à resistência do povo hondurenho para que faça valer a justiça e a democracia diante do golpe militar ocorrido no país. Um ato que ameaça a liberdade e a democracia de todos os povos da América Latina e do Caribe. Convocam para a Marcha dos Imigrantes de 13 de dezembro: Centro de Apoio ao Migrante, Serviço Pastoral dos Migrantes, Grito dos Excluídos/as Continental, Grito dos Excluídos Brasil, Presença da América Latina, Espaço Sem Fronteiras, Central Única dos Trabalhadores, Centro Pastoral dos Migrantes, Centro das Culturas, União Geral dos Trabalhadores, Sindicato dos Comerciários, Confederação Sindical das Américas, Associação BOLBRA, Associação Cultural Cantão Tacamara, Movimento Humanista, Juventude Sem Fronteiras, Associação Praça Kantuta, Centro Comunitário Inti Wasi, Asociação Guarani, Pesquisa:15/03/10 http://www.cmmigrants.org/spip.php?article47

Congresso sobre Tráfico de Pessoas debate migração, gênero e direitos humanos

Começam as articulações e preparativos para o 2º Congresso Latinoamericano de Trata e Tráfico de pessoas que, de 21 a 24 de setembro de 2010, reunirá acadêmicos e organizações da sociedade civil que trabalham com o tema, na Universidade Iberoamericana de Puebla, no México. O objetivo é dar visibilidade ao assunto já que, mesmo recorrente, o problema é "invisível" e precisa estar constantemente nas agendas e pautas de debate, sobretudo pela magnitude das organizações criminosas que a cada dia se articulam melhor e lucram mais com esta atividade. As discussões do evento estarão focadas em três perspectivas: migração, gênero e direitos humanos. Os três pilares, muitas vezes, se interligam quando o assunto é tráfico de pessoas. Por este motivo, as mesas de trabalho e os simpósios deverão abordar com profundidade estes temas, seus subtemas e implicações. Para compreender melhor o assunto, a ADITAL entrevistou Óscar Castro, professor e pesquisador da Universidade Iberoamericana de Puebla, México, um dos articuladores e organizadores do evento. Pesquisadores e organizações que atuam na área poderão enviar suas propostas de trabalhos até fevereiro de 2010.
Para mais informações: www.tratacongreso2010.org 05.02.10 - AMÉRICA LATINA

Encontro da CRB em Natal, no Rio Grande do Norte, discutirá Tráfico de Pessoas

O Tráfico de Seres Humanos será tema do primeiro encontro deste ano da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Núcleo de Natal, no Rio Grande do Norte. O encontro acontece no próximo dia 14, das 8h às 12h, no Colégio Nossa Senhora de Fátima, bairro Tirol, em Natal. A expectativa é que cerca de 90 pessoas participem do evento, que é aberto ao público. O momento é propício para essa discussão na cidade, já que, no início deste mês a Polícia Federal, em Natal, prendeu duas pessoas, um italiano e um potiguar, acusados de aliciar e traficar mulheres para fins de exploração sexual na Itália. Há oito meses a PF investiga casos relacionados ao tráfico de pessoas na cidade, através da Operação Ferrari. O objetivo do encontro, segundo a coordenadora do Núcleo CRB de Natal, irmã Aline Marie St.James, é trocar experiências sobre a realidade do tráfico de pessoas e o enfrentamento deste crime, com foco na prevenção e atendimento às vítimas. Para isso, o núcleo de Natal contará com a assessoria da equipe da CRB de Recife (PE), que já atua há mais tempo no enfrentamento a este crime. "Queremos nos colocar ao par dessa situação e tomar uma ação contra esse crime tão desumano", afirmou a irmã. A ideia é realizar ações educativas voltadas às mulheres e aos jovens, que seriam, segundo a religiosa, os grandes alvos dos aliciadores e traficantes. "São muitos casos que a gente vê no dia-a-dia. Então pensamos: como podemos intervir para combater esse crime?", ponderou. "O tráfico de pessoas é um problema extensivo, de longa duração. É a escravidão dos tempos modernos", disse. Ela comentou ainda sobre o desaparecimento de crianças. "Às vezes as crianças são vendidas ainda quando estão dentro da barriga das mães". Após o encontro de domingo, a ideia é se organizarem para planejar ações de combate ao tráfico sob a perspectiva da prevenção e atendimento às vítimas nas cidades de Natal, Mossoró e Caicó. Ela adiantou que a CRB pretende lançar um projeto próprio com foco no combate ao tráfico de seres humanos.
http://www.adital.com.br/hotsite_trafico/noticia.asp?lang=PT&cod=45995 12.03.10 - BRASIL

Economia: três usos do dinheiro

Leonardo Boff * A Campanha da Fraternidade deste ano, agora ecumênica, vai propor que as milhares de comunidades cristãs, paroquiais e de base discutam o tema: Economia e Vida, tema central devido à crise econômica mundial que deixou mais de 60 milhões de desempregados. Trata-se de resgatar o sentido originário da economia como a atividade destinada a garantir a base material da vida pessoal, social e espiritual. Ela não pode ocupar todos os espaços, como ocorreu nos últimos decênios. A sociedade mundial virou uma sociedade de mercado e todas as coisas, do sexo à SS. Trindade, viraram mercadorias com as quais se pode ganhar dinheiro. A economia é parte de um todo maior. Para facilitar a compreensão, distingo três espaços da atividade humana, um dos quais é ocupado pela economia. Em primeiro lugar somos seres de necessidade: precisamos comer, beber, ter saúde, morar e outros serviços. Nisso, todos dependemos uns dos outros para atender a esta infra-estrutura. É o campo da economia. Em segundo lugar somos seres de relação: colaboramos com os outros, instauramos direitos e deveres, observamos leis e juntos construímos o bem comum. É o lugar da política. Por fim, somos seres de criação: cada pessoa possui habilidades, não só reproduz o que está ai, mas cria, exerce sua liberdade e faz a sociedade avançar. É o âmbito da cultura. Todas se entrelaçam, mesmo com conflitos que não invalidam esta estrutura básica. Vamos nos concentrar num capítulo fundamental da economia que é o uso do dinheiro. No começo não havia dinheiro, mas a troca: eu lhe dou um kg de arroz e você me dá três garrafas de leite. Reinava a relação direta e a confiança de que as trocas eram justas. Mas ao sofisticar-se a sociedade, entrou o dinheiro como meio de troca. E aí surgiu um risco, pois dinheiro significa poder que obedece a esta lógica: "quem não tem quer ter; quem tem diz: quero ter mais; e quem tem mais diz: nunca é suficiente". Ai surge a especulação que é ganhar sem trabalhar, dinheiro fazendo dinheiro. Mas, o dinheiro tem três usos legítimos: para comprar, para economizar e para doar. Dinheiro para comprar é necessário para o consumo daquilo que precisamos. Mesmo assim devemos sempre colocar a pergunta: compro por que preciso ou por que sigo a propaganda ou a moda? Quem fabrica, explora os funcionários? Ao produzir, respeita os direitos humanos e a natureza ou polui e usa demasiados pesticidas? Esse dinheiro é para o hoje. O segundo uso do dinheiro é aquele para economizar. É coisa para o amanhã. Não sabemos as voltas que a vida dá: doença, desemprego, aposentaria insuficiente. Muitos nem conseguem economizar; pois, consomem tudo na sobrevivência. Mas se sobrar, onde colocar este dinheiro? Deixá-lo no colchão é dinheiro morto que nada produz. Aqui surgem os bancos que guardam o dinheiro. Fazem-no render, ao emprestá-lo a quem quer produzir e que não dispõe de capital próprio. Este recebe o dinheiro como empréstimo; mas, faz rendê-lo na produção, paga algum juro ao banco que repassa uma parte ao dono do dinheiro. Uma pessoa consciente quer saber para quem o dinheiro é emprestado: para construir armas, para apoiar empresas que devastam a natureza? Extraordinária é a decisão em Bangladesh e no Brasil de criar o microcrédito para apoiar pobres que querem produzir. O terceiro uso do dinheiro é para doar. O dinheiro não é para a acumulação; mas, para a circulação. Se atendo com suficiência e decência minhas necessidades, se tenho economias que me dão certa tranquilidade para futuro, se tenho garantido o bem-estar e certo futuro à família, a doação é um ato de grande desprendimento. Expressa a gratidão pelo dom da vida, da saúde, do amor recebidos dos outros. É altamente ético doar para os flagelados do Haiti, para apoiar projetos de combate à prostituição infantil ou creches para populações da periferia. E aí, sentimos que ao dar, recebemos a alegria impagável de ter feito o bem e de ter amado o outro. * Teólogo, filósofo e escritor 03.03.10 – BRASIL http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lan

Mais portugueses rumam a Angola

Primeiro foram os angolanos a rumar até Portugal, atraídos pelo crescimento económico. Mas nos últimos três anos o fluxo migratório entre Portugal e Angola inverteu-se. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de portugueses a viver em Angola já é quase o triplo dos angolanos a viver em Portugal. Atualmente, existem cerca de 34 mil cidadãos angolanos registados em Portugal. Mas, de acordo com o Jornal de Notícias, as organizações angolanas afirmam que este número está muito longe da realidade e preferem apontar para um total entre 100 mil e 300 mil. As estatísticas do INE referem que o número de angolanos em Portugal tem-se mantido relativamente constante nos últimos três anos: 33 mil em 2006, 32 mil em 2007 e 34 mil em 2008. Já a movimentação em sentido contrário tem vindo a registar um aumento consolidado. A população portuguesa em Angola mais do que quadruplicou em apenas quatro anos. Em 2004, segundo o Jornal de Notícias, estimava-se que existiam cerca de 20 mil portugueses naquele país africano. Hoje, a comunidade portuguesa deve estar prestes a atingir os 100 mil indivíduos. E a tendência é para aumentar. Basta ver o número de portugueses que partiram para Angola nos últimos três anos: 16 mil em 2006, 22 mil em 2007 e 28 mil em 2008. Segundo o mesmo jornal, não existem dados estatísticos sobre quais são os sectores de actividade que absorvem mais mão-de-obra portuguesa. Porém, a construção civil e a indústria serão dos mais relevantes, já que ambos foram dos que mais cresceram e que mais necessitam de trabalhadores qualificados. Nos últimos três anos 30 mil portugueses chegaram a Angola para trabalhar. Mas começaram também a surgir os primeiros sinais de que o país não é o "El Dorado", de acordo com uma notícia publicada no jornal Público. Responsáveis ligados ao sector empresarial português admitiram à Agência Lusa que se multiplicam os casos de portugueses que foram obrigados a regressar a Portugal. Mas isso está longe de demover os portugueses a partirem para Angola como as cifras oficiais e as estimativas, também oficiais, apontam. De acordo com dados do Consulado Geral de Portugal em Luanda, actualmente estão inscritos cerca de 72 mil portugueses, 15 mil dos quais nos últimos três anos. Mas, porque a inscrição consular não é obrigatória, refere o Público, a estimativa é que por cada inscrito exista um que não o faz, totalizando à volta de 30 mil os novos membros da comunidade portuguesa em Angola, explicou à Lusa o Cônsul Geral em Luanda, Pedro Silva Rodrigues. Dados sobre os regressos "forçados" não existem mas podem ser muitas centenas no último ano, porque, como explicou à Lusa uma fonte ligada aos investimentos portugueses em Angola, "os casos que passam de boca em boca sobre regressos inusitados vão-se multiplicando". Apesar disto, os números da Agência Nacional para o Investimento Privado em Angola (ANIP) não enganam quanto à importância que o país tem para os investidores portugueses. Em 2007, esse investimento chegou aos 235 milhões de dólares, com 247 projetos aprovados, e, em 2008, subiu para os 615 milhões de dólares. Além dos grandes investimentos, como os das construtoras, sector bancário ou telecomunicações, existem centenas de projetos de pequena e média dimensão, desde as madeiras e móveis, medicamentos ou maquinaria, que exigem mão-de-obra qualificada não existente em Angola e são um forte impulso para a emigração portuguesa.

ACNUR revela novos deslocamentos no leste da RD Congo

Porta-voz da agência das Nações Unidas diz acreditar que apenas uma pequena parte dos novos deslocados foram registados e que a grande maioria deve ter procurado refúgio com outras famílias ou então esconderam-se nas florestas com medo de retaliações. A continuação de operações militares e atos de banditismo por parte de grupos armados na conturbada província do Kivu Norte, a leste da República Democrática do Congo, forçou milhares de civis a abandonarem as suas casas nos últimos dois meses. O porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, ACNUR, Andrej Mahecic, disse esta terça-feira a jornalistas, em Genebra, que desde dezembro a agência das Nações Unidas registou mais de 15 mil novos deslocados. Proteção e Assistência Famílias em fuga disseram ao órgão que a situação é insegura e difícil nas suas aldeias na região ocidental da província onde operações militares e de pilhagem realizadas por grupos armados obrigaram civis a procurarem refúgio em outras áreas. Mahecic disse que o ACNUR registou os novos deslocados em acampamentos situados perto de Kitchanga, uma região localizada a cerca de 150 kms de Goma, a capital de Kivu Norte. A nova onda de deslocamentos aumentou para cerca de 116 mil a população nos campos. A agência da ONU está atualmente a gerir 47 acampamentos para deslocados na área, fornecendo proteção e assistência. Violações Sexuais O porta-voz do ACNUR diz acreditar que apenas uma pequena proporção dos novos deslocados foram registados e que a grande maioria deve ter procurado refúgio com outras famílias ou então esconderam-se nas florestas com receio de retaliações. As Nações Unidas estimam em mais de 2 milhões o total de pessoas deslocadas no leste da República Democrática do Congo, onde intimidação, abusos de direitos humanos e violações sexuais são regularmente relatadas pela população local.
Fonte: Rádio ONU Refugees United Brasil, 26/01/10: http://refunitebrasil.wordpress.com/2010/01/26/acnur-revela-novos-deslocamentos-no-leste-da-rd-congo/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+RefugeesUnitedBrasil+%28Refugees+United+Brasil%29

110 mil congoleses da República Democrática do Congo se refugiam em Congo-Brazzaville

Fugir da violência e atravessar de canoa o Ubangui, um imponente afluente do rio Congo. Deixar a margem direita e a República Democrática do Congo (RDC), e procurar refúgio em frente, na República do Congo. Há pouco mais de dois meses, quase 110 mil pessoas - em sua maioria mulheres e crianças - atravessaram a fronteira entre os dois Congos e se espalharam ao longo do Ubangui por quase 500 quilômetros. Outros - 15 mil pessoas, segundo instituições das Nações Unidas - preferiram buscar refúgio mais ao norte, na África Central, sempre ao longo do rio Ubangui. Outros ainda - quase 50 mil, estima-se - teriam abandonado seus vilarejos sem deixar o nordeste da RDC e a província de Équateur. É difícil saber o que realmente se passa em Équateur desde o início dos tumultos há pouco mais de dois meses. A região, outrora domínio de Jean-Pierre Bemba - ex-rebelde preso em Haia, na Holanda, enquanto aguarda para ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional -, é de difícil acesso, afastada de tudo. E em Kinshasa as autoridades praticamente não falam na violência que fez, segundo números oficiais, 270 vítimas, em sua maioria civis. Originalmente, havia uma antiga rivalidade entre duas etnias pelo controle de lagos repletos de peixes, de importância vital para todos. Em 28 de outubro de 2009, o conflito degringolou, como os meses de confrontos esporádicos deixavam suspeitar. Nesse dia, quase mil homens armados da tribo Lobola, vindos de Enyelé, tomaram a vila de Dongo e mataram civis e cerca de cinquenta policiais. Seguiu-se uma primeira onda de refugiados. A segunda, maciça e mais bem organizada, veio no fim de dezembro, quando Kinshasa, que no meio-tempo retomou o controle de Dongo, anunciou sua intenção de restabelecer a ordem a qualquer preço. É o que estão tentando fazer milhares de policiais e militares, encaminhados ao local graças ao apoio logístico fornecido pela Missão das Nações Unidas na RDC, a Monuc (esta última mobilizou 500 capacetes azuis na região). A marinha da RDC também está agindo e uma operação naval estaria em preparação, segundo fontes diplomáticas. Mas o exército congolês, mal dirigido e indisciplinado, pago ocasionalmente, possui uma reputação execrável. "Os refugiados com quem falamos dizem que eles fogem tanto da violência do exército normal quanto daquele ligado aos confrontos interétnicos", observa o representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na República do Congo, Stephan Grieb. Do outro lado do Ubangui, a situação humanitária é delicada, ainda que a violência étnica não tenha sido "exportada" pelos refugiados - acolhidos sem dificuldade pela população local agora minoritária. "As pessoas dos dois lados do rio muitas vezes são parentes. Os locais dividiram o pouco que eles tinham", observa um dirigente governamental congolês. A solidariedade permitiu evitar uma grande catástrofe humanitária. Ainda que há uma semana o afluxo de refugiados na República do Congo venha diminuindo, cuidar deles apresenta sérios problemas. São milhares de toneladas de alimentos, medicamentos que devem ser encaminhados para o nordeste do país, sendo que as barcaças não poderão mais navegar no Ubangui com a chegada próxima da estação seca. Campanhas de vacinação são indispensáveis, assim como o registro dos refugiados. "Dentro de alguns dias faremos um apelo internacional. Precisamos de fundos, de logística, de comida", resume o representante do Acnur. Alguns países ocidentais já desbloquearam créditos de emergência. Foi solicitado à França que colocasse à disposição das organizações humanitárias um avião de transporte militar. Em Paris, o ministério da Defesa hesita por razões orçamentárias. De passagem por Brazzaville, no sábado (9), o chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner, prometeu intervir junto a seu colega da Defesa, Hervé Morin. As autoridades de Brazzaville, por sua vez, temem que os refugiados vão se instalar de forma duradoura, podendo desestabilizar a região. O presidente Sassou Nguesso contatou seu colega da RDC, Joseph Kabila. Mas sem receber a garantia de uma volta à paz em Équateur.
Le Monde, 12/01/10:

África do Sul - Botswana recusa-se a receber refugiados congoleses vindos da Namíbia

Botswana recusou-se a receber no seu território um grupo de 41 congoleses tirado discretamente de um campo de refugiados na Namíbia por uma organização local de defesa dos direitos humanos, noticiou quinta-feira a imprensa local citando autoridades botswanesas. Estes refugiados, das quais mulheres e crianças, foram transportados no fim-de-semana passado até a fronteira com o Botswana pela Namibia’s National Society for Human Rights (NSHR), organização namibiana de defesa dos direitos humanos, de acordo com as mesmas fontes. Bloqueados numa zona tampão na fronteira entre a Namíbia e o Botswana, estes refugiados viviam no campo de Osire, a cerca de 220 quilômetros ao nordeste de Windhoek, a capital namibiana, indicam as fontes. Face ao dilúvio de críticas, a NSHR declarou ter evacuado os refugiados para o Botswana por causa de ameaças a que estavam sujeitos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) indicou quinta-feira não estar ao corrente de nenhuma ameaça de morte contra estes refugiados, alguns dos quais viviam na Namíbia há cerca de uma década. Por sua vez, o ministro namibiano da Imigração, Samuel Goagoseb, declarou que os mesmos deveriam seguir o procedimento normal se eles quisessem deixar o país. O governante namibiano acusou a NSHR e estes refugiados, devido às suas acções, de tentar “manchar a reputação do país”. Fonte: Panapress Refugees United Brasil, 16/07/09: http://refunitebrasil.wordpress.com/2009/07/16/botswana-recusa-se-a-receber-refugiados-congoleses-vindos-da-namibia/

segunda-feira, 15 de março de 2010

A Quaresma e os políticos. As três tentações de Jesus e as tentações dos políticos

Nas leituras da Quaresma, o Evangelho nos apresenta três tentações que Jesus enfrentou e superou. Eram tentações que queriam desviá-lo de sua missão como Messias a serviço do povo. E essas três tentações, apesar de que todos nós passamos por elas, de maneira especial os políticos as enfrentam. Poderão vencê-las? 1ª. Tentação: O proveito próprio. Se és o Messias; se és dirigente faz com que essas pedras se convertam em pão para saciar não a fome do povo, mas tua própria fome. É a tentação de usar seu messianismo em seu próprio proveito. Não se busca em primeiro lugar a vontade de Deus, o amor e a justiça; mas, em primeiro lugar são vistas as necessidades pessoais do dirigente. Jesus multiplicou os pães; porém, para o povo e não para ele mesmo. E quantos políticos usam seu poder em benefício próprio! Não vêem as necessidades do povo com fome. Eles, que eles que já estão fartos, acumulam mais e mais bens; melhores e melhores salários em dólares. 2ª tentação: O prestígio. O tentador convida: Se és o Messias, atira-te do alto do Templo. Mostra teu prestígio através de obras chamativas, prodigiosas... Esse Messias seria muito diferente do apresentado por Isaías e do que Jesus encarna; ou seria muito distinto do Messias Servidor Fiel e Humilde que está disposto a dar a vida. Porém, quantos políticos buscam a fama, o prestígio, o renome, aparecer nas inaugurações dos centros de luxo ou querem ser considerados benfeitores devido às suas ‘boas e desinteressadas’ obras! 3ª Tentação: O Poder. Satã promete: se te prostrares e me adorares, vou te dar a riqueza e o poder sobre as nações. A resposta de Jesus é cortante: somente adorarás ao Senhor! E na Última Ceia Jesus lava os pés dos discípulos e nos diz que "Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida por nós. Aquele que queira ser o primeiro, deve tornar-se o último e o servidor de todos os demais". E Jesus nos adverte: "não sejam como os reis que oprimem o povo e ainda querem ser chamados de benfeitores". Essas três tentações são as que atingem todos os dirigentes e, especialmente aos políticos: usar seu posto, seu cargo, sua influência em primeiro lugar em benefício próprio; buscar a fama e o prestígio antes do bem do povo; e buscar e sacrificar tudo para ter mais riquezas e mais poder. E como estão vigentes essas tentações hoje na Nicarágua? A Quaresma e, especialmente, a Semana Santa, são um chamado de Jesus para que nos convertamos, para mudar nossos passos e não cair em tentação. São também um chamado a não sermos passivos ou indiferentes quando os dirigentes sociais, religiosos ou políticos caiam nessas tentações e oprimam o povo. De cair nessas três tentações, livra-nos Senhor. Como estão presentes no Brasil?
* Da Equipe de Serviços da CNP. Comunidades Eclesiais de Base de Nicarágua 09.03.10 – MUNDO http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=45875

Aos 30 anos do martírio de São Romero

Dom Pedro Casaldáliga * Celebrar um Jubileu de nosso São Romero da América é celebrar um testemunho que nos contagia de profecia. É assumir comprometidamente as causas, a causa pelas quais nosso São Romero é mártir. Grande testemunho no seguimento da Testemunha maior, a Testemunha fiel, Jesus. O sangue dos mártires é aquele cálice que todos/as podemos e devemos beber. Sempre e em todas as circunstâncias, a memória do martírio é uma memória subversiva. Trinta anos se passaram desde aquela Eucaristia plena na Capela do Hospital. Naquele dia nosso santo nos escreveu: "Nós cremos na vitória da ressurreição". E, muitas vezes, disse, profetizando um tempo novo, "se me matam, ressuscitarei no povo salvadorenho". E com todas as ambiguidades da história em processo, nosso São Romero está ressuscitando em El Salvador, em Nossa América e no Mundo. Este jubileu deve renovar em todos nós uma esperança, lúcida, crítica; porém, invencível. "Tudo é graça", tudo é Páscoa, se entramos com todo o risco no mistério da ceia partilhada, da cruz e da ressurreição. São Romero nos ensina e nos "cobra" que vivamos uma espiritualidade integral, uma santidade tão mística quanto política. Na vida diária e nos processos maiores da justiça e da paz, "com os pobres da terra", na família, na rua, no trabalho, no movimento popular e na pastoral encarnada. Ele nos espera na luta diária contra essa espécie de gangue monstruosa que é o capitalismo neoliberal, contra o mercado onímodo, contra o consumismo desenfreado. A Campanha da Fraternidade do Brasil, neste ano é ecumênica e nos recorda a palavra contundente de Jesus: "vocês não podem servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro". Respondendo àqueles que, na sociedade e na Igreja, tentam desmoralizar a Teologia da Libertação, o caminhar dos pobres em comunidades, esse novo modo de ser Igreja, nosso pastor e mártir replicava: "existe um ‘ateísmo’ mais próximo e mais perigoso para nossa Igreja: o ateísmo do capitalismo quando os bens materiais são erigidos em ídolos e substituem a Deus". Fieis aos signos dos tempos, como Romero, atualizando os rostos dos pobres e as urgências sociais e pastorais, devemos sublinhar nesse jubileu causas maiores, algumas delas verdadeiros paradigmas. O ecumenismo e o macroecumenismo, em diálogo religioso e em koinonia universal. Os direitos dos emigrantes contra as leis de segregação. A solidariedade e a intersolidariedade. A grande causa ecológica. (Precisamente nossa Agenda Latinoamericana desse ano está dedicada à problemática ecológica, com um título desafiador: "Salvemo-nos com o Planeta"). A integração de Nossa América. As campanhas pela paz efetiva, denunciando o crescente militarismo e a proliferação das armas. Urgindo sempre umas transformações eclesiais, com o protagonismo do laicato, pedido em Santo Domingo, e a igualdade da mulher nos ministérios eclesiais. O desafio da violência cotidiana, sobretudo na juventude, manipulada pelos meios de comunicação alienadores e pela epidemia mundial das drogas. Sempre e cada vez mais, quando maiores sejam os desafios, viveremos a opção pelos pobres, a esperança "contra toda esperança". No seguimento de Jesus, Reino adentro. Nossa coerência será a melhor canonização de "São Romero da América, Pastor e Mártir". * Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia
10.03.10 - AMÉRICA LATINA E CARIBE
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=45899

Polícia Federal investiga tráfico internacional de mulheres em Natal (RN)

Uma denúncia feita ao Centro de Referência da Mulher Cidadã de Natal, capital do Rio Grande do Norte, na região Nordeste brasileira, revelou que 16 mulheres estavam sendo assediadas para irem trabalhar em uma casa noturna na Itália. A denúncia culminou na Operação Ferrari, da Polícia Federal (PF), que há oito meses investiga as atividades do tráfico internacional de mulheres em Natal. Os dois principais atuantes da quadrilha foram presos no último dia 4. São eles um empresário italiano e um potiguar, que contatava as mulheres e fazia falsas promessas de emprego. As vítimas, com idade entre 20 e 30 anos, cumpririam um suposto contrato de trabalho de seis meses. De acordo com o Superintendente da Polícia Federal de Natal, Marcelo Mosele, um grupo de mulheres já se encontrava na Itália, enquanto essas outras 16 estavam sendo arregimentadas para serem exploradas também no país. "A PF calcula que 100 mulheres foram para a Itália nesse período das investigações. As mulheres são de Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. A maioria delas saía de Natal", informou. Marcelo disse que as investigações continuam e que as vítimas estão sendo ouvidas. "Todas as mulheres que seriam exploradas sexualmente na Europa serão tratadas como vítimas pela polícia". Enquanto a PF colhe depoimentos por aqui, o grupo de mulheres brasileiras na Itália também é interrogado pela polícia italiana, segundo o superintendente. Ele citou ainda a Operação Corona realizada em 2005, em Natal, que prendeu 15 pessoas, a maioria ligadas à máfia italiana "Sacra Corona Unitá". Giuseppe Ammirabile, Salvatore Borrelli, Paolo Quaranta, Vito Francesco Ferrante, Simone de Rossi e Paolo Balzano foram denunciados por integrarem um grupo especializado no tráfico internacional e interno de mulheres e tiveram a prisão preventiva decretada ainda na fase de inquérito. Os dois primeiros criminosos, Giuseppe e Salvatore, foram condenados a mais de 56 anos de prisão. Os demais italianos pegaram penas que variam entre 22 a sete anos de reclusão. "É interessantíssima essa sentença porque mostra que o Brasil está atuando e punindo os crimes de tráfico de pessoas", declarou. Diante da gravidade do problema que está acontecendo em Natal, será realizado em maio, um Seminário Internacional de Direitos Humanos, que abordará os temas Pornografia Infantil, Exploração Sexual e Tráfico de Seres Humanos. "O objetivo é alertar e promover ações de combate a esses crimes", disse Marcelo. Ele ressaltou que o Tráfico de Seres Humanos está entre os três crimes mais lucrativos do mundo e que, como é um crime camuflado e complexo, os trabalhos de investigação também são difíceis. Por isso, faz um apelo às vítimas ou pessoas que tenham sido alvo de aliciadores, para que "procurem a PF e dêem depoimentos, auxiliando a esclarecer o crime". Ele lembrou ainda que o tráfico de pessoas possui características que podem ser logo identificadas como promessas de emprego e lucro fácil - geralmente no exterior - engano e facilitação no transporte. "A maioria das vítimas sabe que vai se prostituir, só não sabe que vai viver em regime de escravidão, e que terão seus documentos e passaportes apreendidos. E elas iniciarão logo com uma alta dívida, já que os traficantes cobram o transporte", esclareceu. Qualquer pessoa pode denunciar na página da Polícia Federal, basta acessar: www.dpf.gov.br
10.03.10 - BRASIL

Mais de 70% das pessoas que vivem em situação de pobreza são mulheres

A Anistia Internacional do Uruguai aproveita o mês dedicado às lutas das mulheres de todo o mundo para apresentar, hoje (11), na Biblioteca Nacional, em Montevideu, o relatório "A armadilha do gênero - Mulheres, violência e pobreza". Na oportunidade, ainda serão discutidas as atividades realizadas nos seis anos da campanha "Não mais violência contra as mulheres" e divulgada a nova ação: "Exige Dignidade". Segundo informações do relatório "A armadilha do gênero", dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que mais de 70% das pessoas que vivem em situação de pobreza são mulheres. "Por que mais de dois terços das pessoas pobres do mundo são mulheres, se estas constituem somente a metade da população mundial?", questiona. A resposta é encontrada no próprio relatório: discriminação. Segundo a Anistia, este é um dos principais fatores que explicam a pobreza feminina. "Em alguns países, a discriminação contra as mulheres impregna na legislação e, em outros, esta discriminação persiste apesar da adoção de leis de igualdade", afirma. Isso pode ser constatado com uma simples comparação entre os benefícios que os homens e as mulheres recebem. De acordo com o estudo da Anistia, o acesso a recursos e meios de produção como terra, crédito e herança, por exemplo, não é igual para os dois sexos. Da mesma forma, em média, as mulheres recebem salários mais baixos e, muitas vezes, o trabalho nem sequer é remunerado. "As mulheres, com frequencia, trabalham em atividades informais, sem segurança de emprego nem proteção social. Ao mesmo tempo, seguem responsabilizando-as do cuidado da família e do lar", lembra. Vale ressaltar que as mulheres não sofrem apenas com pobreza e discriminação. Segundo o documento da Anistia, elas ainda são as mais afetadas pela violência, pela degradação do meio ambiente, pelas enfermidades e até mesmo pelos conflitos armados. De acordo com a organização, apesar de algumas conquistas e avanços nas garantias de direitos das mulheres - por exemplo, o reconhecimento de que os direitos delas são direitos humanos -, ainda há muito que ser feito. Para Anistia, o reconhecimento dos direitos das mulheres apenas melhorou a vida de algumas. Por conta disso, considera que os Estados e as instituições internacionais devem ter mais vontade política para garantir tais direitos e para assegurar a igualdade. Além disso, a organização acredita que as demandas das mulheres precisam ser ouvidas e respeitadas. "A voz das mulheres deve ser escutada. Suas contribuições devem ser reconhecidas e alentadas. A participação ativa das pessoas que se veem afetadas é um elemento essencial de qualquer estratégia de luta contra a pobreza", afirma. O relatório "A armadilha do gênero" completo está disponível em:

Imigrantes pedem respeito e denunciam violações a direitos fundamentais

Nesta segunda-feira (1), representantes de organizações sociais e de migrantes se reuniram em frente à embaixada da Itália em Lima, capital do Peru, para protestar contra as violações aos direitos dos migrantes e a falta de solidariedade com aqueles que decidiram morar e trabalhar em outro país. Durante o protesto pacífico, os manifestantes conseguiram ser ouvidos pelo embaixador italiano. O ato foi convocado pelo Comitê de Peruanos no Exterior e pela Coordenadora Político-Social para reclamar respeito aos direitos fundamentais dos migrantes e denunciar o endurecimento das políticas contrárias à migração. No ano de 2008, o Conselho Europeu aprovou medidas que violam as normas internacionais e estabelecem legislação, tribunais e prisão para os imigrantes irregulares. Segundo informações do Comunicado firmado pelas organizações participantes da manifestação, a União Europeia tem atualmente 180 prisões para a detenção dos imigrantes irregulares. O tratamento cedido aos cerca de 100.000 apreendidos é desumano, ainda que o único delito seja a irregularidade nos documentos. "Itália, sob o governo de Silvio Berlusconi, e com mais de 130 mil imigrantes peruanos, é um dos piores exemplos deste crime contra a humanidade", denunciam. A manifestação também permitiu aos membros de organizações sociais e de migrantes se conhecerem, trocarem informações, fortalecerem a luta pelos direitos de todos os migrantes, sobretudo dos peruanos, e denunciarem os crimes migratórios europeus. O ato também apoiou as manifestações de migrantes que aconteceram recentemente na Espanha, Itália, Grécia e França. Durante o protesto pacífico, os manifestantes conseguiram ser ouvidos e entregar uma carta ao embaixador italiano. Durante o diálogo, o embaixador reconheceu a importância econômica e laboral dos imigrantes peruanos na Itália, mas afirmou desconhecer as violações aos direitos dos migrantes cometidas pelo governo italiano. Ao final da reunião, o embaixador se comprometeu a fazer a carta chegar aos responsáveis e dentro de alguns dias dar uma resposta aos manifestantes. Além das desumanidades cometidas pelos governantes europeus, as organizações também apontam a omissão do governo peruano como uma das principais causas da situação de desamparo em que os imigrantes peruanos se encontram. Dados do Comunicado informam que atualmente cerca de 2 milhões de migrantes peruanos estão no exterior e que por cada um destes, há pelo menos dois familiares no Peru "diretamente beneficiados e interessados em seu bem-estar". De acordo com o IX Censo Nacional de 2007 no Peru, 704.746 casas possuem pelo menos um membro da família residindo e trabalhando de forma permanente no exterior. "O dado representa 10,4% do total de lares peruanos". Economicamente, está população de migrantes contribui com seu país de diversas maneiras. Além dos aportes mensais, que apenas em 2008 somaram 2.437 milhões de dólares, a arrecadação do governo é feita em forma de impostos. Somente o Imposto Geral para as Vendas (IGV) e as taxas de aeroporto, pagas pelos peruanos que sempre vão ao país, recolhem anualmente 500 milhões de dólares. Em contrapartida a este aporte econômico ao seu país, os imigrantes exigem "uma política decidida de defesa e promoção de seus emigrados, por parte do Estado e Governo peruanos". Também é solicitada a criação de um Instituto de Migrações que seja responsável por gerir a migração e unir informações para os interessados. Outro benefício defendido com essencial é a suspensão do IGV, já que os depósitos financeiros para o Peru movimentam significativamente a economia do país. Além disso, é demandada a criação da "Circunscrição eleitoral especial", para permitir aos imigrantes peruanos elegerem seus representantes no Congresso.
02.03.10 – PERU http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=45590

‘Estamos fartos de índios latinos’: Uma realidade oculta da imigração latinoame

La Verdad O título desse escrito corresponde à declaração de um funcionário de imigração no aeroporto de Barajas, em Madri, ao revelar a verdadeira razão que está por trás do tratamento vexatório e racista que impõe, sistematicamente, aos viajantes "índios latinos" procedentes da América, a quem os agentes de imigração negam a entrada legal a Espanha, mesmo quando estão portando seu passaporte com o visto e outra documentação atualizada. A agência de imprensa internacional Telesul publicou um informe intitulado originalmente "Em España no existen los derechos humanos para los latinos", escrito por Solvy Hernández, venezuelana que havia viajado a Madri para resolver assuntos relacionados com seu trabalho e estudos. Solvy Hernández se apresentou aos agentes de imigração com seu passaporte devidamente visado e com toda a documentação que o motivo de sua viagem requeria; porém, mesmo cumprindo com todos os requisitos, os agentes a separaram do restante dos passageiros para submetê-la e um intenso e intimidador interrogatório, no qual foi acusada de ter chegado a Espanha para ficar e viver ilegalmente. Depois do duro interrogatório, Solvy Hernández foi levada a um local onde estavam outros "índios latinos" que seriam deportados aos seus países de origem. A autora explica em seu escrito que no lugar havia somente um banheiro para todos sem paredes e sem portas e não havia papel higiênico; informou também que para dormir somente havia camas em más condições e sem colchão; que o lugar estava tão sujo que se sentia um mal cheiro insuportável devido á falta de limpeza. A autora relata também sobre o caso do "índio latino" que foi agredido violentamente por agentes do governo e sofreu uma sangrenta surra porque exigiu que lhe explicassem o porquê do humilhante tratamento que ele considerava ser injustificado. O que aconteceu a Solvy Hernández no aeroporto Barajas, de Madri, não é novidade nem tampouco um fato isolado. O que ela relata tem acontecido por longo tempo não somente em Barajas, mas também em outros lugares como resultado de uma política racista oculta que o governo pratica através de seus agentes; porém, que nega sua existência e os fatos que produz. É uma repressão dirigida unicamente contra os indígenas ou mestiços da América Latina, que já produziu, inclusive, mortes de "índios latinos" em comissariados da polícia ou da criminosa guarda civil, que foram declarados oficialmente como "suicídios". Esses e outros crimes são a macabra manifestação de um rechaço e de um ódio racial tradicional que agora é intensamente exacerbado nos meios jornalísticos do sistema, em relação a uma suposta "integração" de todos os nativos da América ao sistema que a maioria rechaça por razões que conhecem; porém, não explicam. É um tema complexo que, para encontrar respostas, é necessário entrar em áreas que, aparentemente, não estão relacionadas; porém, que são realmente o fundo do que está por trás da onda racista em pleno século XXI contra os nativos da América, não somente na Espanha, mas também em outros países, incluindo os Estados Unidos, onde está a raiz de tão maligna e enferma ideologia.

Rede perigosa dedicava-se ao tráfico de pessoas entre Portugal e Espanha

Uma associação criminosa, altamente organizada e perigosa, dedicada ao tráfico de pessoas, ficou no último sábado (20) mais fragilizada após uma "musculada" ação de agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em coordenação com as autoridades espanholas. As diligências prosseguem, mas, há já a registrar, no inquérito aberto pelo Ministério Público de Castelo Branco, a detenção de sete pessoas em Portugal (e mais 18 na Espanha) e o recolhimento de provas no cumprimento de 19 mandados judiciais. Denominada "Luso-Espanhola", a operação decorreu em simultâneo na região Centro - com incidência nos distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco - e em Espanha, tendo começado ao início da noite de sexta-feira (19) e terminado no sábado, já a meio da manhã. No lado luso, 35 operacionais do SEF tiveram por missão cumprir quatro mandados de busca domiciliar, três de busca em estabelecimento comercial, 10 de busca e apreensão de viaturas e dois de detenção de suspeitos, no âmbito de uma investigação a crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal, lenocínio e associação criminosa. Das ações no terreno, adiantou fonte do SEF ao Diário de Coimbra, resultaram as detenções de dois cidadãos portugueses (serão levados à presença de um juiz de instrução criminal), e ainda de cinco cidadãs estrangeiras, que serão repatriadas. Duas outras ficaram notificadas para abandonarem voluntariamente o país. Foram, também, constituídos dois arguidos, identificadas testemunhas para a investigação e apreendidos documentos que se podem revelar "prova relevante" para o inquérito em curso. Nomeadamente por conterem comprovativos de pagamentos e transferências de avultadas quantias, indiciadores do "negócio" criminoso, liderado majoritariamente por portugueses. Durante as diligências, os elementos do SEF apreenderam três viaturas de alta cilindrada, procederam ao "encerramento e selagem" de um estabelecimento de diversão noturna em Mangualde, Viseu, e levantaram 10 autos de contra-ordenação (cujo valor mínimo ultrapassa os 23 mil euros), às entidades angariadoras e empregadoras de cidadãs estrangeiras em situação irregular no país. "Estamos a falar de uma rede altamente organizada e perigosa", caracterizou, em declarações ao DC, Gonçalo Rodrigues, subdiretor da Direção Regional do Centro do SEF (sediada em Coimbra), ao situar a atuação ilegal na faixa Centro do país e em área semelhante na vizinha Espanha. Para o inspetor, estes resultados só foram possíveis graças à "estreita cooperação" policial e judicial com as autoridades espanholas, uma colaboração que "tem sido fortalecida na luta contra a criminalidade violenta, criminalidade transfronteiriça, tráfico de seres humanos e imigração ilegal". Em território espanhol, onde as diligências mobilizaram 60 operacionais do Corpo Nacional de Polícia, foram detidas 18 pessoas. A notícia é do Diário de Coimbra www.diariocoimbra.pt. Por António Manuel Rodrigues

Pastoral da Mobilidade Humana defende que CF aborde Tráfico de Pessoas

No Brasil, entidades religiosas e movimentos sociais que lutam no combate ao tráfico de pessoas, já se articulam em favor da realização de uma Campanha da Fraternidade (CF) que aborde esse tema. A proposta é da Pastoral da Mobilidade Humana com apoio da Rede Um Grito pela Vida e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre outros. Segundo Irmã Maria do Carmo Gonçalves, Secretaria Executiva da Pastoral da Mobilidade Humana, devido ao cunho social e ampla abrangência da CF em todo o país, eles acreditam que abordando a questão do tráfico humano consigam ampliar o debate e sensibilizar a sociedade para essa realidade presente não só no Brasil, mas em todo o mundo. "Esse tema ainda não está sendo discutido como deveria", diz Maria do Carmo. A ideia é que, com a campanha, a sociedade reflita sobre as armadilhas do tráfico de pessoas, conhecendo todos os seus crimes correlatos, como exploração sexual, prostituição, trabalho escravo, exploração infantil, entre outros. "A exploração infantil é muito freqüente dentro do país", informa. De acordo com a justificativa do Setor de Mobilidade Humana, o tráfico de pessoas torna urgente a ação também da Igreja no combate a essa prática, denunciada no Documento de Aparecida como "vergonhosa" na América Latina (Cf. DAp 73). "Diante do exposto acreditamos que uma Campanha da Fraternidade que abordasse o tema do tráfico de pessoas, contribuiria de forma significativa para o avanço no processo de erradicação dessa prática", expressa o texto. Para alcançar esse objetivo, a Pastoral da Mobilidade Humana, com o apoio de outras entidades iniciou um trabalho de coleta de assinaturas, na primeira quinzena deste mês. "Nossa ideia é que a Campanha da Fraternidade sobre o tráfico já seja em 2012", declara Maria do Carmo. A prioridade é que ONGs e demais órgãos, inclusive governamentais, assinem a proposta. "Esperamos ter adesão mínima das instituições e coletar, pelo menos, mil assinaturas", informa. A sociedade também pode abraçar a causa e ajudar no combate ao tráfico de seres humanos. Qualquer pessoa pode assinar o documento que será encaminhado à Presidência da CNBB. De acordo com Maria do Carmo, a escolha do tema da CF deve ser feita entre maio e junho do próximo ano, "até lá, esperamos já ter conseguido as assinaturas necessárias". Tráfico de Seres Humanos O tráfico de pessoas é apontado como uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas, movimentando cerca de 32 bilhões de dólares por ano. A rede criminosa se articula em 137 países de todos os continentes e vitima cerca de 2,5 milhões de pessoas. Segundo o Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC) o tráfico de pessoas com fins de exploração sexual é detectado com maior freqüência, em 79% dos casos. Em seguida, aparece o trabalho forçado com 18% dos casos identificados. Entre as principais causas do tráfico de pessoas estão o desemprego, a desigualdade social, a discriminação de gênero e a globalização. Para aderir à causa, entrar em contato com a Pastoral da Mobilidade Humana através do telefone: +55 61 3274-1288 +55 61 3274-1288 , ou pelo e-mail: mobilidadehumana@ccm.org.br
05.02.10 – BRASIL Segunda-Feira, 15 de março de 2010 http://www.adital.com.br/hotsite_trafico/noticia.asp?lang=PT&cod=44860

Encontro na África do Sul planeja combate ao tráfico humano na Copa do Mundo 2010

Durante esta semana está acontecendo em Joanesburgo, na África do Sul, uma reunião para planejar ações da Campanha Contra o Tráfico de Seres Humanos com foco na Copa do Mundo, que será realizada em junho deste ano. O encontro começou na segunda-feira (15) e vai até amanhã, 19. Um grupo de 25 pessoas, composto por representantes da África do Sul e das redes organizadas de diversos países, que atuam no combate ao tráfico de pessoas, participa do evento. Irmã Gabriella Bottani, da articulação brasileira da Rede Um Grito pela Vida, disse que o objetivo do encontro é planejar ações em rede, para enfrentar os riscos de tráfico de pessoas, crime possível de acontecer em grandes eventos esportivos, devido à grande movimentação de pessoas de diversos países. Irmã Gabriella é a única representante da América Latina a participar do encontro na África. Esta é a primeira vez em que uma campanha de enfrentamento ao tráfico humano em eventos esportivos é fortemente articulada. Segundo Gabriella, a única experiência nessa área aconteceu na última Copa do Mundo, em 2006. "Foi uma experiência pequena, nós ainda não conhecemos essa realidade de combater o tráfico em eventos esportivos", explicou, ressaltando que o risco existe, sobretudo em países vulneráveis. "A realidade local contribui para aumentar as chances de acontecer o crime". Nesta reunião devem acontecer muitas atividades em grupo, trocas de experiências e ideias para a campanha. Também serão definidos os meios e os locais onde a campanha deverá ser veiculada. A expectativa, disse ela, é conhecer mais sobre a realidade e os riscos de eventos esportivos mundiais, e trazer a experiência para o Brasil, local onde acontecerá a próxima Copa do Mundo, em 2014. Na programação do encontro estão previstas apresentação de temas como Riscos do Tráfico ligados aos eventos de esportes, Análise do fluxo dos espectadores e das possíveis vítimas que estão chegando à África do Sul, Sistemas Judiciários da África do Sul e "De onde vêm as vítimas potenciais?", entre outros. Rede Um Grito pela Vida A Rede Internacional Um Grito pela Vida nasceu em 2001, quando centenas de religiosas, decidiram, em uma reunião, em Roma, na Itália, a trabalhar no combate ao tráfico de pessoas, cada uma em seu país. O objetivo da organização é, além de enfrentar o tráfico, também prestar atendimento às vítimas deste crime. No Brasil, a Rede foi formada em 2006, fortalecendo o trabalho em escala mundial de prevenção ao tráfico humano, um crime que atravessa as fronteiras e os continentes, ferindo a dignidade de milhares de pessoas em todo o mundo. 18.02.10 - ÁFRICA DO SUL http://www.adital.com.br/hotsite_trafico/noticia.

Encontro da CRB em Natal, no Rio Grande do Norte, discutirá Tráfico de Pessoas

O Tráfico de Seres Humanos será tema do primeiro encontro deste ano da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Núcleo de Natal, no Rio Grande do Norte. O encontro acontece no próximo dia 14, das 8h às 12h, no Colégio Nossa Senhora de Fátima, bairro Tirol, em Natal. A expectativa é que cerca de 90 pessoas participem do evento, que é aberto ao público. O momento é propício para essa discussão na cidade, já que, no início deste mês a Polícia Federal, em Natal, prendeu duas pessoas, um italiano e um potiguar, acusados de aliciar e traficar mulheres para fins de exploração sexual na Itália. Há oito meses a PF investiga casos relacionados ao tráfico de pessoas na cidade, através da Operação Ferrari. O objetivo do encontro, segundo a coordenadora do Núcleo CRB de Natal, irmã Aline Marie St.James, é trocar experiências sobre a realidade do tráfico de pessoas e o enfrentamento deste crime, com foco na prevenção e atendimento às vítimas. Para isso, o núcleo de Natal contará com a assessoria da equipe da CRB de Recife (PE), que já atua há mais tempo no enfrentamento a este crime. "Queremos nos colocar ao par dessa situação e tomar uma ação contra esse crime tão desumano", afirmou a irmã. A ideia é realizar ações educativas voltadas às mulheres e aos jovens, que seriam, segundo a religiosa, os grandes alvos dos aliciadores e traficantes. "São muitos casos que a gente vê no dia-a-dia. Então pensamos: como podemos intervir para combater esse crime?", ponderou. "O tráfico de pessoas é um problema extensivo, de longa duração. É a escravidão dos tempos modernos", disse. Ela comentou ainda sobre o desaparecimento de crianças. "Às vezes as crianças são vendidas ainda quando estão dentro da barriga das mães". Após o encontro de domingo, a ideia é se organizarem para planejar ações de combate ao tráfico sob a perspectiva da prevenção e atendimento às vítimas nas cidades de Natal, Mossoró e Caicó. Ela adiantou que a CRB pretende lançar um projeto próprio com foco no combate ao tráfico de seres humanos. 12.03.10 – BRASIL http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim