quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pastoral dos Nômades: apoio e audiência pública em prol do povo cigano

Donos de uma cultura peculiar e secular, marcados pela unidade da vida em comunidade, mas, que fogem ao controle da sociedade tradicional por serem extremamente livres, os ciganos, também conhecidos como gitanos, zíngaros ou, na realidade, "Rhom" sempre foram perseguidos, excomungados e marginalizados. Registros históricos indicam que este povo andarilho e nômade teria surgido por volta do século XVI A.C, quando começaram a imigrar da Índia. No Brasil, os indícios são de que os ciganos chegaram por volta do século XVII. Apesar de terem presença no catolicismo, os ciganos conhecem os mistérios da Mãe Natureza e praticam a Quiromancia. A Pastoral dos Nômades, organismo da Igreja Católica, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é a entidade que representa e apoia esta cultura. De acordo com o coordenador Nacional da Pastoral, Padre Wallace Zanon, existem no Brasil, cerca de 800 mil ciganos, vivendo, principalmente, nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul. E para debater sobre os direitos deste povo, dando sequência às celebrações pelo Dia Nacional dos Ciganos, comemorado ontem (24), é que será realizada amanhã (26), uma audiência pública no Senado Federal, para discutir a situação dos ciganos no Brasil. Padre Wallace Zanon, que representará a pastoral em Brasília, disse que na ocasião, deverá ser debatida a necessidade de implementação de políticas públicas para essa comunidade, já que, embora a existência dos ciganos no Brasil date de meados do século XVII, a marginalização e o preconceito sobre eles, ainda é muito forte. As principais reivindicações dos ciganos são: registro de nascimento e demais documentos necessários para o exercício da cidadania. Atualmente, muitos ciganos não conseguem tirar a identidade, certidão de casamento, título eleitoral, habilitação ou certidão de óbito. Eles reivindicam também o direito de ir e vir livremente, sem serem importunados pela polícia. Vale lembrar que a característica dos ciganos é ser andarilho. Eles constituem uma etnia, pois, embora não tenham uma pátria, possuem sua própria língua, o romanês. Padre Wallace comentou que a relação dos ciganos com a Pastoral dos Nômades é muito boa. "Eles (ciganos) confiam muito nos padres e na igreja. Eles nos procuram para a realização de batismos e casamentos", relatou. Sobre o preconceito que sempre existiu em torno dos ciganos, padre Wallace faz um apelo: "Não se deve olhar o cigano como alguém diferente. Eles apenas têm sua cultura própria, seu modo de vestir próprio, mas, são também filhos de Deus. O povo cigano tem uma unidade muito grande entre eles e possuem valores essenciais, como família e indissolubilidade do casamento", declarou. Dia Nacional do Cigano Comemorado em 24 de maio, o Dia Nacional do Cigano é uma celebração recente no Brasil. A data foi instituída no calendário nacional por um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Ter uma data nacional dedicada à comemoração desta cultura pode ser o início de um processo de respeito e reconhecimento deste povo. Para conhecer a Pastoral dos Nômades e saber mais sobre os ciganos no Brasil, basta acessar: www.pastoraldosnomades.org.br. Quarta-Feira, 26 de maio de 2010 http://www.adital.com.br/hotsite_ecumenismo/noticia.asp?lang=PT&cod=48045

DIREITO DE VOTO DOS IMIGRANTES PERMANENTES NO BRASIL.

Amigos e amigas, Já está no Senado um documento pedindo uma EMENDA CONSTITUCIONAL PELO DIREITO DE VOTO DOS IMIGRANTES PERMANENTES NO BRASIL. No dia 18 DE JUNHO (sexta-feira, 19:00) aqui na Igreja Pompéia, Porto Alegre-RS, Brasil, faremos um primeiro evento de divulgação dessa campanha. Convidaremos deputados estaduais e federais de diferentes partidos para que possam participar e mostrar se estão dispostos a nos ajudar nessa campanha. Será fundamental a presença do maior número possível de imigrantes e "amigos da causa" nesse dia. Por isso pedimos que você espalhe esse informe aos seus amigos e pessoas que possam participar no dia 18/6 às 19:00 aqui na Pompéia (R. Barros Cassal, 220). É o início de mais uma luta pelos direitos do imigrante, especialmente daqueles que já estão a muito tempo em nosso país. Em anexo segue o documento encaminhado ao Senado pelo grupo da Pastoral do Migrante de São Paulo. Contamos com sua participação.

ONU apela para Japão deter discriminação a estrangeiros

Brasília – O relator especial para os Direitos dos Migrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), Jorge Bustamante, pediu nesta quinta-feira ao governo do Japão para aumentar a proteção aos migrantes e suas famílias independentemente do seu estatuto de imigração. Bustamante fez o apelo ao encerrar sua visita de nove dias ao país. Para ele, ainda há racismo e discriminação contra trabalhadores estrangeiros na região. Estimativas não oficiais indicam que existam cerca de 300 mil brasileiros vivendo no Japão, os chamados decasséguis. Em geral, eles trabalham em fábricas ou atividades temporárias. Na sua maioria trabalham para fazer economias e retornar ao Brasil. Muitos decasséguis deixam a família no Brasil e ficam sozinhos no Japão. Os brasileiros descendentes de japoneses se queixam de dificuldades com o idioma e também das barreiras para a integração social. À imprensa, Bustamante disse que “são demasiadamente comuns” os atos de preconceito contra estrangeiros no Japão. Segundo ele, mesmo depois de duas décadas que o país recebe trabalhadores estrangeiros, não foram promulgadas leis para proteção dos migrantes. De acordo com o relator da ONU, as autoridades japonesas devem buscar meios para controlar a entrada e saída de trabalhadores estrangeiros no país, além de implementar programas para garantir as condições necessárias de integração dos imigrantes na comunidade local. Bustamante disse que as maiores comunidades estrangeiras no Japão são de peruanos, brasileiros, chineses, coreanos do sul e filipinos.
_japao_deter_discriminacao_a_estrangeiros_72808.html

domingo, 23 de maio de 2010

Encontro Regional de Formação Migratória

No dia 22 de maio, realizou-se um encontro sobre Formação Migratória na Casa Madre Assunta, em Canoas, RS, Brasil
Participaram:
Irmãs, Sacerdotes, leigas(os) missionárias(os) scalabrininas(os), funcionárias(os) da casa Madre Assunta, formandos, formandas e simpatizantes.
Foi um dia de estudo, formação, partilha e integração.
Outros encontros vão acontecer.
Valeu! Foi ótimo.
Porto Alegre, 22 de maio de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

RETORNO FORÇADO

Refúgio aos brasiguaios Expulsos por grupos paraguaios, 400 brasileiros relatarão drama hoje, na reunião de Lula e Lugo O Paraguai convulsionado criou uma peculiaridade nos campos da fronteira com o Brasil: agricultores expulsos por sem-terra paraguaios formaram um acampamento de sem-terra brasileiros em Itaquiraí (MS). São 400 “brasiguaios” que emigraram duas décadas atrás e foram expulsos do país vizinho. O acampamento é organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST) brasileiro às margens da BR-163, com pequenos e médios produtores expulsos nos últimos três anos. Itaquiraí (MS) é cidade agrícola erguida nos anos 70 por descendentes de gaúchos a 80 quilômetros da fronteira com o Paraguai. Os brasiguaios acampados em Itaquiraí afirmam que foram expulsos por um grupo contrariado com o não-cumprimento da promessa de Lugo de retirar dos campos paraguaios os brasiguaios que não tivessem títulos – a maioria dos cerca de 400 mil brasiguaios tem problemas de documentação de suas propriedades.
– Nos deitamos no chão e rezamos. Uma semana depois, saímos, deixando o que conseguimos em 20 anos – diz. http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?
Data:03 de maio de 2010-05-18 MUNDO / Pag27

Brasileiros são problema em 6 países vizinhos

Rusgas nas Fronteiras. Disputas de terra e atividades ilegais são frequentes. Bolívia e Paraguai são atualmente principais preocupações do Itamaraty.

Fonte: Folha de São Paulo. Cad.: MUNDO / 10 de Janeiro de 2010 / Pg. A12

Lei do Arizona aperta cerco a imigrantes

Agentes de imigração caminha ao lado da cerca que separa o Arizona do México; Estado tem estimados 460 mil ilegais. Com a Nova Lei, todos, inclusive cidadãos americanos, estão forçados a portar o tempo todo documentos que comprovem o direito de permanência Fonte: Folha de São Paulo. Caderno: MUNDO / Data: 24 de abril de 2010 / Pg.A14

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O PODER DE CONSUMO DO POVO BRASILEIRO

Não é só preço baixo que atrai...
O poder de consumo, classe social, participação no total da renda, renda e população por classe. Aumentou na quantidade de categorias de produtos consumidos por supermercados. O aumento da presença da classe D no país, especialmente na educação.
Confira no mapa. Fonte: Zero Hora, 16 de maio de 2010, pág. 4

Revista Exame indica qual o maior dos mercados emergentes

Com 12 trilhões de dólares despejados na economia em 2009, as mulheres são o maior mercado emergente do mundo. Confira outros destaques da revista Exame nº 968, que irá para as bancas na segunda quinzena de maio: - Com a compra da Agre, os banqueiros da Vinci transformaram a novata PDG na líder do setor - O Boticário entra no mercado de vendas diretas — e se aproxima de concorrentes como Avon e Natura - A fabricante de refrigeradores Metalfrio chegou a lugares aonde poucas empresas brasileiras imaginam algum dia ir - Continuar a gastar ou economizar para investir mais e ampliar o potencial de crescimento? A decisão vai nortear o futuro do país - O mundial da África do Sul começa em menos de um mês, mas qual será o legado dele quando soar o apito final?
Posted by admin in revistas finanças,revistas negócios Revista Exame: http://www.clickeassine.com.br/revista/revista-exame

O maior dos mercados emergentes

Em 2009, as mulheres despejaram na economia mundial cerca de 12 trilhões de dólares - mais do que a soma das economias do celebrado Bric. No Brasil, elas foram responsáveis por gastar - sozinhas - quase 800 bilhões de reais em produtos e serviços. Como tirar proveito desse enorme mercado. A executiva Daiane Trombini, de 35 anos, costuma dividir com o marido cada uma das costumeiras - e muitas vezes monótonas - obrigações do dia a dia. Juntos, eles estabelecem os valores que serão gastos na construção da casa nova, discutem o salário da empregada, decidem sobre a compra de eletrodomésticos e, como trabalham longe de casa (os dois moram em Jundiaí, a 60 quilômetros da capital paulista, onde ficam seus escritórios), se revezam para buscar a filha nas aulas de tênis. A igualdade de condições - algo pelo qual as mulheres tanto lutaram no século passado -, por incrível que pareça, para por aí. Como diretora regional da subsidiária brasileira da farmacêutica Sandoz, Daiane ganha 20% mais que o marido, executivo de marketing da americana Whirlpool. A discrepância fica ainda maior ao se comparar as despesas do casal. Daiane chega a gastar até 2 000 reais por mês com celular, quatro vezes mais que seu parceiro. Foi dela a iniciativa de presentear a filha de apenas 11 anos com um aparelho, um sofisticado modelo touchscreen Star da Samsung. Nos 15 dias em que esteve no Brasil em janeiro para acertar sua mudança - ela e a família passaram os últimos dois anos nos Estados Unidos -, Daiane investiu cerca de 100 000 reais para adquirir um utilitário Santa Fé, importado pela coreana Hyundai. Seu marido dirige um i30, da mesma montadora, que custa a metade do preço. "É claro que ele deu alguns pitacos na compra", diz Daiane. "Mas, no final, a decisão de compra foi inteiramente minha."
Por Carolina Meyer e Marianna Aragão 12/05/2010 http://portalexame.abril.com.br/degustacao/secure/degustacao.do? SITEhttp://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0968/ economia/maior-mercados-emergentes-558756.html

terça-feira, 18 de maio de 2010

Brasil tem entrada recorde de trabalhadores estrangeiros

O crescimento acelerado da economia no primeiro trimestre do ano provocou uma entrada recorde de estrangeiros no mercado de trabalho brasileiro. Levantamento do Ministério do Trabalho mostra que, entre janeiro e março, 11,5 mil imigrantes receberam autorização para exercer atividades no País. Americanos, britânicos e filipinos aparecem no topo do ranking das concessões. Segundo o levantamento do ministérios, 286 estrangeiros tiveram o visto recusado, a maioria deles por falta de documentos. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. O número de vistos de trabalho emitidos neste ano é 16% superior ao volume de entradas no mesmo período de 2009. A expectativa é de que o ritmo mantenha até dezembro. "Esse crescimento está relacionado ao processo de investimento no Brasil. Seja das empresas estrangeiras que vêm para cá, seja de empresas brasileiras que, por exemplo, compram equipamentos lá fora e precisam de mão de obra especializada ", afirma o coordenador-geral de imigração do Ministério do Trabalho, Paulo Sérgio de Almeida.
http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia ECONOMIA NACIONAL Data: 15 de maio de 2010-05-18 Especial pg.C6

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Feliz Dia das Mães!!!

Você que me deu o bem mais precioso. “A vida”. Esperou-me com tanto carinho. Ensinou-me os primeiros passos. As primeiras palavras. As lembranças mais antigas que tenho em você, È a sua mão segurando a minha para me dar proteção. Sua voz doce, cantando cantigas de ninar, me fazendo dormir e sonhar. Um sonho sereno, tranqüilo, sabendo que você estaria ali a me proteger. Você que lutou, sorriu, chorou. Mas não deixou a amargura tomar conta de seu coração. Você que me ensinou a ser mulher, mas continuar com meus sonhos de criança. A ser forte, sem ser amarga. Abrir meus caminhos, tomando sempre cuidado com as plantinhas ao redor. Com você aprendi a ser “gente”. Que respeita “gente”. Aprendi a ter fé, aprendi a aceitar os defeitos das pessoas. Aprendi que o amor tem que ser incondicional. Minhas melhores lembranças, são as que você cria todos os dias... No amor que sinto em tudo o que você faz. No brilho do seu olhar. MÃE... Que Deus a proteja sempre, ilumine, e dê forças para continuar sua batalha. E que eu possa sempre sentir e ter esse amor maior em todos os momentos de minha vida. Felicidades neste seu dia! Com carinho, CEMCREI Porto Alegre, maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Centenas de brasiguaios deixam Paraguai por medo

Cerca de 500 famílias de brasiguaios saíram nos últimos meses do Paraguai, rumo ao acampamento Antônio Irmão, no Mato Grosso do Sul, de acordo com os coordenadores do MST no local. Segundo a prefeitura, no entanto, há cerca de 600 brasiguaios no local. Todos esperam recomeçar a vida após conseguirem terras no Brasil. Entre estes novos moradores, as queixas a respeito da violência e da ameaças por parte de sem-terra e até mesmo de autoridades policiais paraguaias são comuns. A tensão entre os sem-terra paraguaios e proprietários de terra brasileiros não são recentes. Já em 2008, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota em que dizia que “a existência de ameaças e manifestações de animosidade contra comunidades brasileiras têm sido objeto de manifestações de apreensão por parte das autoridades brasileiras”. O assunto teria sido inclusive tema de uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega paraguaio, Fernando Lugo, na ocasião. Há cerca de seis meses, no entanto, o MST passou a enviar representantes ao Paraguai para se reunirem com membros destas comunidades e convidá-los a integrar o movimento no Brasil. O catarinense André Webler, acusa a polícia de violência e diz que a hostilidade dos paraguaios para com os brasileiros é motivada por ‘racismo’. “Eles são racistas. Tratavam mal a gente”, diz. Webler, que morou 42 anos no Paraguai, diz estar mais satisfeito com situação atual, no acampamento. “Hoje eu me sinto mais feliz debaixo desta lona do que lá no Paraguai. Lá não há segurança, não há garantia”, diz. Fonte: BBC Brasil

Refúgio aos brasiguaios

RETORNO FORÇADO Refúgio aos brasiguaios Expulsos por grupos paraguaios, 400 brasileiros relatarão drama hoje, na reunião de Lula e Lugo O Paraguai convulsionado criou uma peculiaridade nos campos da fronteira com o Brasil: agricultores expulsos por sem-terra paraguaios formaram um acampamento de sem-terra brasileiros em Itaquiraí (MS). São 400 “brasiguaios” que emigraram duas décadas atrás e foram expulsos do país vizinho. O acampamento é organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST) brasileiro às margens da BR-163, com pequenos e médios produtores expulsos nos últimos três anos. Itaquiraí (MS) é cidade agrícola erguida nos anos 70 por descendentes de gaúchos a 80 quilômetros da fronteira com o Paraguai. O encontro de hoje entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega paraguaio, Fernando Lugo, na avenida que divide Ponta Porã, no oeste de Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero, capital do departamento paraguaio de Amambay (a 300 quilômetros do acampamento), será aproveitado para as autoridades de Itaquiraí e o MST relatarem a situação aos dois líderes. A prefeita Sandra Cassone (PT) deve decretar estado de emergência para conseguir ajuda federal a fim de dar assistência às famílias, informou seu chefe de gabinete, Fabio Luiz Lorenci. Os presidentes discutirão a situação paraguaia. Lugo, que pedirá ajuda a Lula, decretou estado de exceção em Amambay e outros quatro departamentos para combater grupos como o Exército do Povo Paraguaio (EPP). Os brasiguaios acampados em Itaquiraí afirmam que foram expulsos por um grupo contrariado com o não-cumprimento da promessa de Lugo de retirar dos campos paraguaios os brasiguaios que não tivessem títulos – a maioria dos cerca de 400 mil brasiguaios tem problemas de documentação de suas propriedades. – Um comerciante de grãos queria comprar nossos 300 hectares com gado e soja. Recusamos a venda. Um dia, 150 sem-terra entraram pela porteira e nos mandaram sair. Gritavam em guarani: voltem para o Brasil – relatou a gaúcha Ana Ferrari Favero, que teve de voltar com o marido para o Brasil, deixando os filhos no Paraguai. Destino semelhante teve Rosilene da Silva, que vivia na propriedade de 15 hectares com os três filhos e o marido. Certa noite, sem-terra dispararam tiros contra as paredes de madeira. – Nos deitamos no chão e rezamos. Uma semana depois, saímos, deixando o que conseguimos em 20 anos – diz. Já o brasiguaio Pedro Gella, 28 anos, foi alvejado nas costas por um tiro quando colocava veneno na plantação de algodão. Ficou 20 dias no hospital. http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.

Tensão obriga 'brasiguaios' a se refugiarem no Brasil

Dezenas de famílias de fazendeiros "brasiguaios" - brasileiros e descendentes estabelecidos no Paraguai - estão sendo expulsas do país vizinho e voltando para o Brasil apenas com a roupa do corpo. A denúncia foi feita ontem pela prefeita de Naviraí (MS), Sandra Cassone (PT). De acordo com ela, as margens da rodovia BR-163 foram transformadas em uma cidade de lona plástica. Com o fluxo repentino de cerca de 1.600 pessoas do país vizinho na última semana, já são 3 mil famílias acampadas na região. "Terei de decretar estado de emergência" disse Sandra. Segundo ela, o município não tem condição de atender tamanho contingente de "flagelados" da crise paraguaia. São pessoas famintas e doentes, que recebem apoio apenas dos trabalhadores sem-terra, acampados nas proximidades das cidades de Naviraí e Itaquiraí, para armar barracas e se acomodarem. Ao longo dos anos, muitos brasileiros constituíram lavouras, rebanhos de gado bovinos e até criação de peixes do lado paraguaio, mas estão sendo expulsos por "bandos de homens armados". "Quando eles chegam, não existe apelação. É sair da terra e ir embora", explicou um dos acampados, pelo celular do acampamento. O problema do fluxo de refugiados se agravou nos últimos dez dias em razão da pressão que os brasiguaios vêm sofrendo no Paraguai para desocuparem as lavouras. O aumento inesperado de pessoas acampadas tem causado sérios problemas para os moradores das cidades do lado brasileiro da fronteira. Os acampados também sofrem, principalmente por causa da segurança, já que a maioria vive à beira da estrada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os novos imigrantes

NAS CLASSIFICAÇÕES internacionais dos países pelos seus indicadores econômicos, somos hoje, de acordo com dados da ONU, a segunda maior economia das Américas -atrás dos EUA e à frente do Canadá e do México- e donos do décimo maior parque industrial do planeta. Tais condições colocam sobre a mesa desafios que teremos de dar conta. Desejo, hoje, deter-me sobre um deles em especial: a inevitável atração que isso pode exercer sobre as populações de outras nações do continente. Movimentos migratórios rumo ao Brasil não são uma novidade. Entre fins do século 19 e início do século 20, nosso país acolheu muita gente vinda da Europa, do Oriente Médio e da Ásia. Eu próprio sou descendente de uma família de alemães que aqui chegou em 1856. Muitos prosperaram, e todos deram a sua contribuição para o progresso brasileiro. Mas eram outros tempos. Tínhamos então um país agrícola, de industrialização incipiente, relativamente pouco habitado e havia estímulo governamental para que estrangeiros para cá viessem. Agora, o Brasil ostenta uma economia pujante e diversificada e pode transformar-se na possibilidade mais concreta de melhoria de condições de vida para muitos latino-americanos. Embora timidamente, isso já vem ocorrendo. E, para ficarmos em apenas um exemplo, sabe-se que a cidade de São Paulo abriga milhares de bolivianos que trabalham na indústria têxtil. Muitos vieram sozinhos e depois foram buscar as famílias, numa demonstração de que aqui conseguiram melhores condições de vida se comparadas às que tinham em seu país. Ocorre que receber imigrantes de países vizinhos não será problema, desde que saibamos integrar tais pessoas, de forma estruturada e responsável, à nossa sociedade. Entendo que devemos enxergar essa tendência de forma positiva. A integração latino-americana é benéfica a todos, e cabe ao Brasil liderá-la. Acolher trabalhadores da região é um dos pressupostos dessa liderança. Atrair imigrantes é característica de nações ricas, ou em vias de enriquecer, como é o nosso caso. O que não pode acontecer, por imprevidência nossa, é a transformação de um fenômeno dessa natureza -que me parece inexorável- em um drama social como o vivido hoje pelos países europeus. A permanência ilegal no país, que exclui e marginaliza, poderá ser evitada se desde já nos prepararmos, mediante políticas e legislação adequadas, para tratar o imigrante com respeito e justiça, de modo que se sinta aqui não um pária, mas um cidadão consciente de que tem direitos e deveres como cada um dos brasileiros. Folha de S. Paulo - 02/05/2010 clippingmp.planejamento.gov.br/.../2010/.../2/os-novos-imigrantes