BRASÍLIA - No Brasil, 3,327 milhões de pessoas deixaram seus estados de origem, entre 2003 e 2008. Em geral são pessoas jovens, com idade entre 18 e 29 anos, têm uma taxa de desemprego menor do que a de não migrantes e, quando conquistam um emprego, tendem a estar na formalidade, mas com uma carga horária acima de 45 horas semanais. Os maiores fluxos de migração são entre estados da Região Sudeste, e entre o Nordeste e o Sudeste brasileiro.
A constatação é do estudo Migração Interna no Brasil, divulgado hoje (17) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Se analisarmos o total de migrantes que, entre 2003 e 2008, mudaram de estado, veremos que a maior quantidade ocorre entre estados da Região Sudeste, com 465.593 migrações. Em segundo lugar, com 461.983 casos, está a migração de pessoas que vão de algum estado nordestino para algum estado do Sudeste, explicou o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Herton Araújo.
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De acordo com o Ipea, 45,6% dos 3,327 milhões de migrantes brasileiros são jovens, com idade entre 18 e 29 anos. Entre o público não migrante esse percentual cai para 29,5%. Além disso, os migrantes têm mais ocupação do que os não migrantes: 68,9% contra 66,3%.
De cada quatro pessoas com idade igual ou superior a 18 anos que vão do Nordeste para o Sudeste, três estão ocupadas. “Isso se deve, em parte, ao fato de que o migrante não poder se dar ao luxo de ficar desempregado. Essa é uma situação que é mais facilmente contornada pelos não migrantes. Como dizemos, poder ficar desempregado é um luxo que nem todos têm condição de ter”, justificou Araújo.
Enquanto um migrante tem um salário médio de R$ 1,2 mil, os não migrantes recebem em média R$ 968. “Esses dados escondem o fator horas trabalhadas. Enquanto 41% dos migrantes trabalham mais do que 45 horas semanais, apenas 34,2% dos não migrantes encontram-se nessa situação. É a luta pela sobrevivência”, concluiu o técnico do Ipea. 15:40 - 17/08/2010
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/08/17/e17088043.asp