quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Trabalho imigrante: os bolivianos e os haitianos



Trabalho imigrante: os bolivianos e os haitianos

O Brasil volta a ser um país de imigração depois de passar décadas exportando mão de obra aos países desenvolvidos. O país se defronta agora com a necessidade de reformular sua legislação e sua política de imigração para fazer frente aos milhares de estrangeiros que vivem no país. Nesta reportagem vamos falar sobre a recente imigração haitiana e a forte imigração de bolivianos.
O movimento migratório tem muito a ver com oportunidades de trabalho. O ser humano migra para buscar um lugar onde as condições de vida sejam melhores. Existem convenções internacionais que reconhecem esse e outros direitos dos imigrantes. Por outro lado, nas condições de hoje, não existe país que tenha condições de acolher um enorme contingente de pessoas de uma hora para outra. Tentar impor um limite à entrada de estrangeiros é uma contradição com a qual convivem as economias modernas. O desafio é conciliar o direito de um país de controlar a imigração com o direito humano de migrar e procurar novas oportunidades. [...]
Eles trabalham em sua maior parte na construção civil e dividem pequenas moradias alugadas na cidade satélite do Varjão, local onde está situada a sede do IMDH, organização humanitária vinculada à igreja católica, que dá apoio a refugiados e imigrantes haitianos.
Haitianos chegam ao Brasil desde 2010. O governo inicialmente lhes concedia visto de trabalho por questões humanitárias. Mas desde janeiro deste ano, o governo fechou a porteira aos haitianos ilegais que chegam pelas fronteiras do Peru e Bolívia e passou a oferecer cem vistos de trabalho por mês apenas na embaixada em Porto Príncipe, a capital do Haiti.[...]
Há relatos de que jovens filhos de bolivianos, nascidos no Brasil, por não se sentirem aceitos pela sociedade, têm se fechado em seus próprios grupos, tornando-se “estrangeiros” em sua própria terra natal, formando “gangues” entre seus semelhantes para enfrentar o preconceito. As novas gerações devem lembrar que o Brasil é um país que se formou e progrediu a partir dos imigrantes que vieram em busca de vida melhor. E que não faz muito tempo muitos brasileiros foram buscar sua sorte no exterior. Os novos imigrantes reclamam o mesmo direito.
Eduardo Tramarim
Leia mais em: http://oestrangeiro.org/2012/08/30/aceitos-pelo-mercado-mas-nao-pela-sociedade/