segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Quase 60 mil imigrantes no Brasil pediram ou atualizaram CPF em meio à pandemia, diz Receita Federal    https://www.migramundo.com/quase-60-mil-imigrantes-no-brasil-pediram-ou-atualizaram-cpf-em-meio-a-pandemia-diz-receita-federal/

 

Desde 2 abril, quase 60 mil imigrantes residentes no Brasil solicitaram ou regularizaram CPF junto à Receita Federal. É o que apontam dados obtidos pelo MigraMundo por meio da Lei de Acesso à Informação.

Ter um CPF válido era o principal requisito documental para obtenção do auxílio emergencial. O benefício foi criado no começo de abril pelo governo federal como resposta à pandemia do novo coronavírus e também foi procurado por imigrantes residentes no Brasil. O prazo para solicitação terminou no último dia 2 de julho.

A exigência do CPF se tornou uma verdadeira barreira para o acesso de imigrantes ao benefício, mesmo para aqueles que já possuíam o documento. Uma simples divergência de grafia no nome da mãe ou a ausência desse dado no cadastro de CPF junto à Receita era suficiente para emperrar a solicitação do benefício. Isso porque o formulário do auxílio requeria esse dado.

 

Crise pós-pandemia em Portugal empurra brasileiros para morar nas ruas

nucleo interdisciplinar de estudos migratorios NIEM 

PORTO, Portugal -A pandemia de Covid-19 varreu as oportunidades de trabalho para longe de Nikita. Com a escassez de faxinas, a diarista brasileira não pode pagar €25 (R$ 149) por um quarto de pensão e agora vive na rua, em um ponto histórico do Porto: a Fonte Monumental Mouzinho da Silveira. Aos “zukas”, como são chamados os brasileiros em Portugal, ela conta que morava na Rocinha, mas deixou o Brasil após a morte da mãe, na década de 1990. Entre uma história e outra do que deixou para trás, ela fica à frente do pequeno espaço repleto de pertences pessoais, para encerrar a conversa com um sorriso:

— Aqui é a nova Rocinha.

Nikita é Cláudia Cristina e tem 44 anos. Precisou ir morar na rua em maio entre os muitos imigrantes que tentam sobreviver aos danos sociais e econômicos da pandemia. Impulsionada pelo recente acréscimo de residentes brasileiros, a população de rua aumentou em Lisboa e no Porto. O problema é grave ao ponto de o presidente da República, Marcelo Rebelo de Souza, renunciar à meta da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem Abrigo, que visava tirar todos das ruas até 2023.